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Opinião
Sexta - 26 de Outubro de 2012 às 21:59
Por: Mario Eugenio Saturno

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem prestado excelentes serviços à humanidade. Sempre produz alertas para que as nações corrijam seus caminhos e milhões de vidas sejam salvas. Alguns alertas dados nos últimos dias são muito preocupantes.

Um grave problema foi apontado para os padrões brasileiros de qualidade do ar que estão desatualizados quando comparados aos dos países europeus e do que recomenda a OMS. Ou seja, quando se informa que a qualidade do ar de uma região de São Paulo está boa pode não ser verdade. É preciso que o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) faça uma atualização urgente, principalmente para as emissões de dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2) e material particulado, causados pelos carros e caminhões.

Outro problema grave na alimentação do brasileiro é o sal. Uma pesquisa feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou alto teor de sódio em 26 tipos de alimentos analisados. Desses, apenas cinco tinham níveis adequados. O mais salgado foi o queijo parmesão ralado: uma média de 1.981 miligramas por 100 gramas do produto; seguido do macarrão instantâneo, com 1.798 miligramas por 100 gramas do produto.

O excesso de sódio na dieta representa risco de ter hipertensão e diabete. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda no máximo 2 gramas diárias de sódio, que equivale a 5 gramas de sal. O brasileiro consome 12 gramas de sal por dia em média. As autoridades deveriam tornar as leis e regulamentação mais duras e promover uma fiscalização mais eficiente, mas não se deve descartar a participação do consumidor verificar nos rótulos a composição do produto e a quantidade de sódio.

Segundo a OMS, no ano, vinte milhões de pessoas tentam cometer suicídio e cerca de um milhão morrem. Dos mortos, em torno de 50% sofrem de depressão, que também afeta mais da metade dos que tentaram o suicídio.

A depressão é uma doença que afeta 350 milhões de pessoas no mundo. É uma doença que se manifesta em todas as idades, regiões e sexos. Há mais casos entre as mulheres que entre os homens, sendo a depressão pós-parto bastante comum, afetando 10% das mães em países desenvolvidos e 20% nos países pobres. Os homens têm mais tendência a abusar do álcool e de drogas. A OMS ainda divulgou que a depressão afeta jovens e adultos na mesma proporção e ainda constatou um aumento de casos registrados entre os menores de idade na última década.

Mas, a OMS não traz somente más noticias, o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz criou um medicamento contra malária e já recebeu a pré-qualificação da Organização Mundial da Saúde referente ao alto padrão de qualidade do produto. A certificação foi anunciada na Índia, que já fabrica o medicamento pela transferência de tecnologia da cooperação entre Brasil, Índia e África do Sul.

Esse é o tratamento para malária mais simples que existe e pode ser aplicado a partir dos seis meses de idade. Por ser de uma única dose diária, a adesão do paciente é maior, além de apresentar menos efeitos colaterais. Enfim, uma excelente notícia para a ciência do Brasil.

*MARIO EUGENIO SATURNO é tecnologista sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

mariosaturno.blog.com



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