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O Planejar e o Usufruto
Faltam poucos dias para as férias acabarem. Fase em que se encontra literalmente dividido. Dividido entre os cuidados com as tarefas da profissão e o continuar se deliciando das coisas encontradas, que são dezenas. Porém, já não se tem tempo bastante para desfrutar de todas elas. Viagem é assim mesmo. Ainda que se tenha todo um roteiro – resultado do planejamento. Planejou-se, aliás, bem mais que o da vez anterior. E não era para menos. Afinal, desta feita incluiu-se países europeus, somados as capitais de dois Estados brasileiros e mais três ou quatro cidades nos arredores daquelas.
Independentemente disso, cabe dizer, o planejar é necessário. Imprescindível em tudo que se queira realizar. Desde as realizações mais simples até as mais complexas. O problema é a falta de tato com tal tarefa. Oriunda, talvez, lá no seio da família. Quando se achava normal – e os pais achavam engraçados - a improvisação ou o fazer as “coisas nas coxas”. Próprio de quem as faz de “última hora”. Daí os atrasos, acompanhados das mais estranhas desculpas – difíceis de acreditar.
As pessoas que se encaixam nesse perfil são igualmente desorganizadas. Estas trazem também outro lado, o da indisciplina. Não no sentido de estar inconformado com o “status quo”, e lutarem para derrubá-lo, como algumas delas tentam aparentar-se – valendo de palavras melosas, porém despidas de conteúdo. Mas, isto sim, no seu sentido pior, uma vez que denuncia sempre o péssimo profissional.
Condição que pode ser escamoteada. Por alguns dias ou anos. Não a vida toda. Porque, mais cedo ou mais tarde, o véu escamoteador se desprende e cai, deixando a mostra o verdadeiro. E aí, tudo se esvai. Situação bastante parecida com a vivida por certo “Juiz Penitente”, em “A Queda” de Albert Camus. Livro que poderia servir de reflexão, sobretudo para quem diz ser o que, de fato, está bem distante de sê-lo.
Nesse grupo encontra-se, também, grande parte dos políticos. Principalmente aqueles que estão, estiveram ou procuram estar à frente da administração pública. Senhores ou senhoras que sempre dizem o que a população gostaria de ouvir, com o uso da pirotecnia do marketing; entretanto jamais dão conta de suas responsabilidades. Pois lhes falta o principal, o planejar.
Conjugação verbal relevante. Importante, sem dúvida, inclusive para a realização dos objetivos particulares. Não importa o que se quer “fazer”: uma empresa, um negócio, um passeio, etc. O planejamento antecede a qualquer ação prática, mesmo na ciência da existência do imprevisto, que muitas vezes ocorre em razão dos desacertos – frutos da inexistência de cuidados. Pois dele, do planejar, depende o êxito ou o bom resultado. Mesmo no campo das profissões. Sobretudo neste dito campo. Pois a excelência não aflora em terreno fertilizado com a desorganização e a linha de nível da “indisciplina”.
“Indisciplina” e desorganização são irmãos gêmeos da improvisação – do fazer “nas coxas”. Condição que deveria ser evitada. Ainda que se trate de uma viagem de férias, uma vez que esta requer dinheiro e tempo. Dois ingredientes necessários para o usufruto das coisas que se tem pela frente.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Independentemente disso, cabe dizer, o planejar é necessário. Imprescindível em tudo que se queira realizar. Desde as realizações mais simples até as mais complexas. O problema é a falta de tato com tal tarefa. Oriunda, talvez, lá no seio da família. Quando se achava normal – e os pais achavam engraçados - a improvisação ou o fazer as “coisas nas coxas”. Próprio de quem as faz de “última hora”. Daí os atrasos, acompanhados das mais estranhas desculpas – difíceis de acreditar.
As pessoas que se encaixam nesse perfil são igualmente desorganizadas. Estas trazem também outro lado, o da indisciplina. Não no sentido de estar inconformado com o “status quo”, e lutarem para derrubá-lo, como algumas delas tentam aparentar-se – valendo de palavras melosas, porém despidas de conteúdo. Mas, isto sim, no seu sentido pior, uma vez que denuncia sempre o péssimo profissional.
Condição que pode ser escamoteada. Por alguns dias ou anos. Não a vida toda. Porque, mais cedo ou mais tarde, o véu escamoteador se desprende e cai, deixando a mostra o verdadeiro. E aí, tudo se esvai. Situação bastante parecida com a vivida por certo “Juiz Penitente”, em “A Queda” de Albert Camus. Livro que poderia servir de reflexão, sobretudo para quem diz ser o que, de fato, está bem distante de sê-lo.
Nesse grupo encontra-se, também, grande parte dos políticos. Principalmente aqueles que estão, estiveram ou procuram estar à frente da administração pública. Senhores ou senhoras que sempre dizem o que a população gostaria de ouvir, com o uso da pirotecnia do marketing; entretanto jamais dão conta de suas responsabilidades. Pois lhes falta o principal, o planejar.
Conjugação verbal relevante. Importante, sem dúvida, inclusive para a realização dos objetivos particulares. Não importa o que se quer “fazer”: uma empresa, um negócio, um passeio, etc. O planejamento antecede a qualquer ação prática, mesmo na ciência da existência do imprevisto, que muitas vezes ocorre em razão dos desacertos – frutos da inexistência de cuidados. Pois dele, do planejar, depende o êxito ou o bom resultado. Mesmo no campo das profissões. Sobretudo neste dito campo. Pois a excelência não aflora em terreno fertilizado com a desorganização e a linha de nível da “indisciplina”.
“Indisciplina” e desorganização são irmãos gêmeos da improvisação – do fazer “nas coxas”. Condição que deveria ser evitada. Ainda que se trate de uma viagem de férias, uma vez que esta requer dinheiro e tempo. Dois ingredientes necessários para o usufruto das coisas que se tem pela frente.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/772/visualizar/
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