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Opinião
Sábado - 13 de Outubro de 2012 às 18:24
Por: Erika de Souza Bueno

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Criança tem direito de sonhar com castelos, príncipes e princesas. Tem direito de sorrir, de correr descalça pela rua sem precisar temer o “Velho do Saco” que rouba as desobedientes. Não deveria temer os dragões e as bruxas malvadas que interferem na história sem pedir licença.

A criança deveria acreditar no “final feliz” dos contos infantis e reinventar uma “Bela Adormecida” diferente, que, mesmo não sendo bela, consegue acesso igualitário à felicidade. Toda criança tem direito de crescer num mundo que não precisaria ser encantado para ser do bem e da paz. Não deveria desejar a companhia de um super-herói invencível, com forças suficientes para vencer qualquer barreira, pois, nesse mundo feliz em que ela vive, este super-herói seria dispensável.

A criança deveria ter assegurado o direito de fazer criancice sem ser mal-interpretada, não se preocupando tanto assim com os bons modos impostos por uma sociedade que, infelizmente, perdeu sua conexão com a própria infância.

Criança deveria ter direito a conhecimentos de vida, não sendo incentivada a desrespeitar os mais velhos como os adolescentes e jovens de programas televisivos. Direitos respeitados no hoje fazem um amanhã melhor, no qual não haverá a menor necessidade de uma “Fada Azul” para dar vida a um tipo de Pinóquio capaz de afastar a solidão. Aquele “Lobo feroz e faminto que derruba casas apenas com o sopro” não precisará ser temido por aqueles que habitam seguramente em corações que aprenderam a amar.
 
Criança tem direito a viver em companhia de outras crianças, diferente da Branca de Neve que, isolada no castelo, só descobriu os 7 Anões depois de passar por apertos e dificuldades. Criança tem direito a ser criança, tem direito de sonhar e realizar, de viver e ser feliz, de aprender a ler o seu mundo e a escrever as páginas de sua vida de um modo muito melhor. Tem direito de saber que, mesmo que se viva 100 anos, a vida é um breve conto.

Então, que o conto de vida de uma criança não seja limitado a apenas um final feliz, mas que o início e toda a sua vivência também sejam repletos de amor, alegria e paz. Assim, qualquer outro direito de criança já estará contemplado, pois nossas crianças estarão vivendo num mundo real, tendo asseguradas as melhores características do mais bondoso imaginário.
 
Feliz Dia das Crianças!

* Erika de Souza Bueno é Coordenadora Pedagógica da Planeta Educação e Editora do Portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br). Professora e consultora de Língua Portuguesa pela Universidade Metodista de São Paulo. Articulista sobre assuntos de língua portuguesa, educação e família.



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