Mato Grosso que queremos (final)
Imaginei mil maneiras de concluir esta série de artigos. Porém, durante um jantar nesta semana, o amigo José Alberto Alves apontou-me o caminho quando disse: “por que você não fala do lado espiritual envolvendo Mato Grosso?”. Aceitei e achei a sua sugestão adequadíssima, até porque o futuro deste estado é profundamente estimulante, e responde a certas percepções espiritualistas desenhadas há muito tempo. Lembraria algumas. A primeira, política, que foi a percepção do ex-governador Garcia Neto, em 1975, com o slogan “Mato Grosso – Estado Solução”, baseada na tese de aqui Mato Grosso seria no futuro o “celeiro do mundo”, como aliás, já tinha previsto há quase um século Dom Aquino Correa, uma das grandes celebridades mato-grossenses.
Outra percepção, é a terceira profecia do padre católico Dom Bosco, a partir de um dos sonhos que teve e registrou, de 1895, na Itália. A síntese da profecia segue abaixo. Ela foi uma das inspirações do presidente Juscelino Kubitschek para construir Brasília no coração do Brasil. Chico Xavier também ousou dizer, inspirado no Centro-Oeste: “Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho”.
Segue o sonho de Dom Bosco: “ ...Eu enxergava nas vísceras das montanhas e nas profundas da planície. Tinha, sob os olhos, as riquezas incomparáveis dessas regiões, as quais, um dia, serão descobertas. Eu via numerosos minérios de metais preciosos, jazidas inesgotáveis de carvão de pedra, de depósitos de petróleo tão abundantes, como jamais se acharam noutros lugares.
Mas não era tudo. Entre os graus 15 e 20, existia um seio de terra bastante largo e longo, que partia de um ponto onde se formava um lago. E então uma voz me disse, repetidamente: ‘Quando vierem escavar os minerais ocultos no meio destes montes, surgirá aqui a Terra da Promissão, fluente de leite e mel. Será uma riqueza inconcebível’. Muitas ideias são símbolos. A tradução da profecia é de Monteiro Lobato que registra que entre os paralelos citados há grande extensão de terra brasileira, incluindo Brasília.
Por último, em 1959 quando o atual Dalai Lama deixou o Tibet, considerado o coração espiritual do mundo, após a invasão do país pela China, em 1951, ele disse:” Com a partida do Dalai Lama do Tibet, o coração espiritual do mundo transfere-se para o coração da América do Sul”. Dizer o que mais?
Concluindo, os cenários mundiais nos empurram pra condições que se encaixam nessas percepções inevitáveis. Daí o questionamento principal dessa série de artigos ter sido a questão da gestão. No mais, o tempo está nos dizendo que os novos tempos não demoram!
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