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O Chutar O Pau da Barraca
O Brasil já tem um novo presidente. Trata-se da primeira mulher a presidir o país. Lula da Silva vê a si próprio como “rei morto”. Embora não negaria dar “um conselho” a eleita, “se procurado”, e a sucessora, por sua vez, confessou “bater-lhe a porta” quantas vezes forem preciso. Estão, portanto, combinados: um chama e o outro atende. Pelo menos até o momento em que a presidenta achar de “chutar o pau da barraca”. Possibilidade nada remota. Filme antigo, que a oposição torce para vê-lo novamente em cartaz.
Aliás, a própria oposição “foi pego de calça curta”. Oportunidade em que se encontrava na situação. O PSDB tinha o leme do Estado nacional. Tentava mantê-lo nos trilhos, como de fato o manteve, pois adotou medidas certas na hora certa. A imensa maioria delas serviu de argamassa para o atual crescimento do país. Isso é fato. Mas como o óbvio nem sempre é tido como tal, o ex-metalúrgico – na presidência da República – tratou logo de escamotear os feitos anteriores. Pior ainda os adotou como seus, e saiu a dizer que recebeu “uma herança maldita” (balela que pegou). Herança, que de “maldita” não tem nada. Pois se assim o fosse, Sua Excelência estaria hoje, e, quando assumiu o posto, em “maus-lençóis”.
Urge, portanto, a necessidade de se voltar ao início do segundo parágrafo deste texto. Até mesmo por necessidade de se retomar o tema proposto. Pois, bem, a maior liderança tucana governava o Brasil, e, logo de imediato, deparou com o primeiro problema, a saber: “dar emprego ao seu antecessor”.
Uma figura ímpar na política, sem patrimônio algum – ao contrário de muitos que, da noite para o dia, se transformam em milionários. O vice que virou titular foi, então, guindado a “embaixador”. Esteve em Roma e em Lisboa. Reclamava a todo instante do cabide que lhe fora dado. Talvez porque achava ser merecedor de “coisa melhor”. O peessedebista, no entanto, procurava agradá-lo. Era uma espécie de pagamento da gratidão recebida. Porém, o mineiro esperneava e brigava; enquanto o presidente tentava amenizar as rusgas criadas. No segundo mandato, sentiu-se livre da obrigatoriedade de garantir emprego ao antigo chefe.
Este cenário tem a ver com o que se desenha hoje, com a ex-ministra chefe da Casa Civil devendo sua eleição a presidente ao seu antigo patrão. É natural que este um dia venha a lhe cobrar a fatura. Tal dia pode ser antes do dia 1º. de janeiro de 2011. O ex-metalúrgico, no entanto, não precisará de emprego. Embora exerça pressão para que muitos de seus amigos continuem “a mamar nas tetas do Estado”, sobretudo quem lhe é mais próximo; somado a situação permanente da presidente lembrar sempre de seus feitos.
Lembranças necessárias e importantes. Sobretudo para lhe evitar o ostracismo, o esquecimento. Afinal, o presidente – o atual – almeja alcançar um posto internacional, de preferência na ONU. Daí a relevância de sempre ser lembrado. Sem ser, evidentemente, uma “sombra”. O Instituto, que ele quer criar, tem um pouco disso – mostrar e supervalorizar “suas realizações”.
Quadro interessante. Merecedor, realmente, do olhar de todos. Não apenas do estudioso da política. Mas de cada cidadão. Atentos, inclusive, no dia em que a presidente resolver “a chutar o pau da barraca”.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Aliás, a própria oposição “foi pego de calça curta”. Oportunidade em que se encontrava na situação. O PSDB tinha o leme do Estado nacional. Tentava mantê-lo nos trilhos, como de fato o manteve, pois adotou medidas certas na hora certa. A imensa maioria delas serviu de argamassa para o atual crescimento do país. Isso é fato. Mas como o óbvio nem sempre é tido como tal, o ex-metalúrgico – na presidência da República – tratou logo de escamotear os feitos anteriores. Pior ainda os adotou como seus, e saiu a dizer que recebeu “uma herança maldita” (balela que pegou). Herança, que de “maldita” não tem nada. Pois se assim o fosse, Sua Excelência estaria hoje, e, quando assumiu o posto, em “maus-lençóis”.
Urge, portanto, a necessidade de se voltar ao início do segundo parágrafo deste texto. Até mesmo por necessidade de se retomar o tema proposto. Pois, bem, a maior liderança tucana governava o Brasil, e, logo de imediato, deparou com o primeiro problema, a saber: “dar emprego ao seu antecessor”.
Uma figura ímpar na política, sem patrimônio algum – ao contrário de muitos que, da noite para o dia, se transformam em milionários. O vice que virou titular foi, então, guindado a “embaixador”. Esteve em Roma e em Lisboa. Reclamava a todo instante do cabide que lhe fora dado. Talvez porque achava ser merecedor de “coisa melhor”. O peessedebista, no entanto, procurava agradá-lo. Era uma espécie de pagamento da gratidão recebida. Porém, o mineiro esperneava e brigava; enquanto o presidente tentava amenizar as rusgas criadas. No segundo mandato, sentiu-se livre da obrigatoriedade de garantir emprego ao antigo chefe.
Este cenário tem a ver com o que se desenha hoje, com a ex-ministra chefe da Casa Civil devendo sua eleição a presidente ao seu antigo patrão. É natural que este um dia venha a lhe cobrar a fatura. Tal dia pode ser antes do dia 1º. de janeiro de 2011. O ex-metalúrgico, no entanto, não precisará de emprego. Embora exerça pressão para que muitos de seus amigos continuem “a mamar nas tetas do Estado”, sobretudo quem lhe é mais próximo; somado a situação permanente da presidente lembrar sempre de seus feitos.
Lembranças necessárias e importantes. Sobretudo para lhe evitar o ostracismo, o esquecimento. Afinal, o presidente – o atual – almeja alcançar um posto internacional, de preferência na ONU. Daí a relevância de sempre ser lembrado. Sem ser, evidentemente, uma “sombra”. O Instituto, que ele quer criar, tem um pouco disso – mostrar e supervalorizar “suas realizações”.
Quadro interessante. Merecedor, realmente, do olhar de todos. Não apenas do estudioso da política. Mas de cada cidadão. Atentos, inclusive, no dia em que a presidente resolver “a chutar o pau da barraca”.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
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