A Ordem e o respeito.
Arrebatou-me, novamente: desafiando minha consciência. Tal como fora antes, aquilo que me impõe a escrever, novamente liberto: ideal da expressão no falso mundo das identidades.
Identidade que existe é identidade que se manifesta. Identidade que deve ser respeitada é a identidade que é própria. É medíocre aquele que não tem a própria, e covarde é aquele que não sabe respeitar a identidade alheia.
Na última reunião do Conselho da OAB/MT, quando da votação da cessão ou não do auditório à Associação dos Advogados Trabalhistas houve desrespeito à ex-dirigente da OAB/MT, e, sobretudo a uma mulher.
O estratagema de justificativa de negação do pedido foi covarde, ao mesmo tempo e na mesma proporção que foi medíocre.
Não bastassem negar acesso a OAB/MT aos advogados contrários as idéias da diretoria da OAB/MT, chegaram ao absurdo de criar uma impertinente notícia crime de furto de livro de registro, e até mesmo de resgatar as desavenças amorosas do ex-presidente. Enfim, conseguiram tornar algo simples a se lidar em um troço tenebroso a se lembrar. Este episódio já é uma das marcas lamentáveis desta atual presidência, que será lembrado para todo o sempre como “texerada”.
Arrepender-se-ão todos, aqueles que não tiveram a valentia de respeitarem o próximo quando a exigência superior era para tripudiar da identidade alheia. Nada se opuseram, quando a chance de reconhecer a intolerância foi lhes dada. A ordem cegamente obedecida nos tira a identidade própria, nos torna medíocres.
Isto poderia ter sido evitado, mas o que se manifestou foi a vontade autoritária de um Presidente que não respeita e não faz questão de honrar o mérito reconhecido de uma ex-Secretária Geral da OAB/MT.
Quantas gestões esta mulher esteve ao lado destes que não a perdoam? Estes mesmos que eram companheiros e companheiras, e agora se tornaram vingativos inimigos.
A dignidade desta pessoa representada pelo histórico compromisso de honrar uma função da OAB/MT não foi sequer cogitada a ser lembrada. Tão pouco pesaram as conseqüências das palavras vis que introjetaram nesta alma feminina.
Fomos, nós da oposição que somos independentes e democráticos, que inclusive já tivemos desavenças com a ex-Secretaria Geral da OAB/MT, que cobramos sensatez, e fizemos acontecer um mínimo de respeito com a esta advogada, esta mulher, a Dra.Luciana Serafim.
Digo com franqueza que ao menos em um ponto concordo o sempre presidente, Dr. Ussiel Tavares, que a OAB/MT se tornou uma entidade que não está mais respeitando as pessoas, o seu próprio passado, e assim se esvaziando de sentido e de propósito institucional.
O desabafo que faço neste momento é que ao menos à mim: nada me resta, nada me resta de afinidade com esta entidade que me cobra anuidade, me fiscaliza, e nada socialmente me orgulha.
Bruno J.R. Boaventura – advogado. www.bboaventura.blogspot.com
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