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Opinião
Quarta - 03 de Novembro de 2010 às 10:34
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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A eleição da primeira mulher para o governo do nosso país, gera uma reflexão que muito antes já tive o ímpeto de fazer, quando Golda Meyr assumiu o governo em Israel, Margaret Thatcher, no Reino Unido, Michele Bachelet foi eleita no Chile e Cristina Kirchner na Argentina. Isso para não reconhecer que a idéia já era arraigada muito antes, talvez desde Evita Perón, na Argentina dos anos 50. A “luta” entre os gêneros nunca pareceu razoável. Homem e mulher têm suas diferenças físiológicas, mas um não se deve subordinar ao outro, pois são  complementares. O machismo e o feminismo são verdadeiras idiotices. Seria abominável uma sociedade de “machos” ou de “fêmeas”. O “bão” é metade de cada um, como diz o “mineirin” da piada que conhecemos desde os tempos de criança.

A exemplo de todo o mundo desenvolvido, a mulher brasileira ganhou o seu espaço e hoje, apesar de ainda enfrentar problemas, como o salário menor em relação ao homem, constitui importante força de trabalho e desenvolvimento que jamais poderá ser desprezada sem que isso representasse um grande prejuízo à economia nacional. Nas últimas décadas, a mulher galgou posições e assumiu responsabilidades antes reservadas exclusivamente ao homem. E o fez com competência e determinação. Tanto que conquistou o mercado e nele se consolida cada dia mais fortemente.

Dilma Rousseff, presidente, é só a continuidade de Carlota Pereira de Queiroz, Bertha Lutz e Almerinda Farias Gama, as três mulheres que, nos anos 30 do século passado, assumiram como deputadas eleitas nas primeiras eleições em que se admitiu o voto e a candidatura feminina. O voto feminino era tentado desde 1890 – um ano depois da proclamação da República – mas foi obstado até 1932, quando o presidente Getúlio Vargas o instituiu através de decreto.

O Brasil não foi diferente do restante do mundo em relação à discriminação das mulheres. O primeiro país a instituir o voto feminino foi a Nova Zelândia, em 1893. Se tivesse aprovado o projeto do deputado baiano César Zama, em 1890, o Brasil poderia ter sido o primeiro. A seguir vieram Austrália (1902), Finlândia (1906), Inglaterra (1918) e Estados Unidos (1916). Na América Latina, o primeiro foi o Equador, em 1929. Mesmo tendo aberto o colégio eleitoral às mulheres antes do Brasil, os EUA, tidos como a maior democracia do mundo, ainda não tiveram a primeira mulher e nem o primeiro trabalhador como chefe de Estado. Mas já teve (e ainda tem) o primeiro negro.

Dilma chega para quebrar vários paradigmas. É a primeira mulher presidente e, também, a primeira ex-perseguida política a chegar ao poder. Prova de oxigenação e pleno exercício democrático. Mas, além disso, vem para cristalizar a posição feminina na sociedade. Desmistificar a “guerra de gêneros” e demonstrar que, desde que o mundo é mundo, homem e mulher são complementares. Todas as vezes que tentarem atuar isoladamente, estarão fadados ao insucesso...

Vamos, pois, homens e mulheres, ajudar a construir o Brasil Grande, independentemente de se governado por homem ou mulher. Isso é apenas detalhe...


Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

aspomilpm@terra.com.br                                                                                                     



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