Quando uma luz se apaga
Passamos pela vida sempre em busca de atingir um ponto comum. Creio que todos nós buscamos a felicidade, claro que respeitando o tamanho dela para cada um. Felicidade é poder conquistar o poder de ser livre e criar laços que nem a eternidade poderá desatar. Às vezes é natural que ela seja abalada e nesta semana, não foi diferente. Uma dessas marcas foi levada pelas águas do nosso rio da vida.
Meu grande amigo, Edemar Adams, foi com certeza, um dos melhores profissionais que a Assembleia Legislativa de Mato Grosso já conheceu. Conquistou seu espaço através do brilhante trabalho que desempenhava de uma forma honesta e, principalmente, sem holofotes sobre sua pessoa. Conhecemo-nos em meu primeiro mandato de deputado e a empatia foi gratuita, pois quando ele se apresentou a mim, oferecendo seu trabalho, confiei plenamente no que eu sentia. E com pouco tempo o Edemar provou que meu sentir estava certo.
Ele passou de um excelente funcionário a um grande amigo e praticamente um irmão. Porém Edemar sempre foi um grande companheiro não só a mim, mas a todos que adentravam a sua sala na Secretaria Geral, conquistando a admiração de todos os funcionários desta Casa, do mais simples e humilde servidor, ao deputado com mais tempo de exercício. As características de educação, gentileza, compreensão, ética e simpatia, mesclavam-se em um ser o qual o brilho ofuscava nossas retinas, dando sempre um bom exemplo de como se deve exercer um ofício. O respeito de todos era tão grande por ele, que com a notícia de seu falecimento a Assembleia inteira foi tomada por um estado de comoção.
Há 14 anos de trabalhos na Assembleia, Edemar foi construindo uma base sólida importantíssima para o Poder Legislativo. Ele soube organizar, estabelecer e consolidar um sistema administrativo de causar admiração de outros Estados e, com isso, aumentar o tamanho dessa célula pertencente ao corpo da Democracia brasileira.
Edemar conseguia ensinar em tudo, pois não se destacava apenas como um bom profissional. Foi exemplo de pai, marido, filho e irmão. Fraterno não somente com os seus consanguíneos, mas com todos que cruzavam a sua vista.
Sei que quando nos separamos de um amigo, não devemos nos desesperar, pois o que nós admiramos nele pode tornar-se mais claro na sua ausência, porque a amizade é o amadurecimento e que o melhor de nós seja para o nosso amigo.
Mas a dor ainda é profunda e insistente. Todavia, é exatamente nessa capacidade de recordar fatos agradáveis e sentir prazer com as lembranças, que poderemos nos ajudar e muito, a superar essas perdas que sofremos ao longo de nossa vida.
O luto deverá ser interno porque se parássemos nossas atividades como uma forma de lembrar o Edemar, essa não seria a melhor maneira de render-lhe homenagem. A forma mais digna e compensadora para isso é seguir os exemplos deixados por ele. Dizem que as pessoas devem viver a cada dia como se fosse o último, mostrando sempre o seu potencial máximo. Assim foi a vida desse amigo que marcou cada ato manifestado, mostrando a força e garra que tinha em viver.
A saudade ficará e isso faz parte, até numa forma egoísta em querer aquele ser perto de nós, porém é o sentimento mais nobre que podemos ter e sei que ao invés de tornar o sofrimento ainda maior, ela será nosso lenitivo para os dias que amanhecerão mais cinzentos, por falta também dessa luz.
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