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Opinião
Sábado - 18 de Setembro de 2010 às 01:55
Por: Paulo Zaviasky

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Em 1974, o governo estadual sob o comando de Fragelli demonstrou uma visão fora do comum perante as grandes farsas políticas que comandavam Mato Grosso diante de nossas riquezas naturais abandonadas e sem aproveitamento turístico algum.

Órgãos ambientalistas apenas serviam para cabide de empregos de cabos eleitorais incompetentes, aposentados indicados por especialistas em fazer cortesia com o chapéu alheio pertencente ao povo e alguns porcarias que arrebentaram com o turismo que nunca existia aqui.

Proliferava o caciquismo cuiabano onde apenas algumas famílias de coronéis políticos sempre mandaram e desmandaram por aqui. As “obras” eram fantasias sempre aprovadas pelo tribunal de contas dos conchavos que o governo de Lula abriu para o susto dos habitantes dos alçapões do inferno que destemperou nesse aniquilamento total dos safados de nossa história.

Exemplifico. Fizeram um “asfalto” até Chapada dos Guimarães (MT) simplesmente fantástico. Criticaram muito tal asfalto e fui testá-lo com minha bicicleta de infância. Pedalei numa descida e acionei o freio. Não deu outra. Os pneus se afundaram na terra daquilo que deveria ser asfalto.

Ora, se um pneu de bicicleta riscou o asfalto que virou terra, o que não aconteceria com uma simples chuva? Pois, não deu outra. Nas primeiras chuvas do caju e da manga, lá estava certa empreiteira, sob novo contrato, sob novo preço, “construindo” um novo asfalto em cima daquela pintura de asfalto inicial sem ministério público, sem poder judiciário, sem ONGs, sem protesto popular ainda anestesiado pela ditadura em vigor naquele meado dos anos setenta.

Mas, antes, Fragelli tentou construir uma estrada reta até Chapada. Só que seus técnicos, como todos indicados politicamente, nunca entendem da área para a qual são nomeados. Não olham para cima. Quando a estrada chegou no pé da serra, os engenheiros de Fragelli olharam para cima e constataram que nem várias bombas atômicas, daquelas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, destruiriam o paredão de Chapada para terminar o asfalto ou fazer um túnel.

Essa estrada ainda pode ser vista do “Mirante de Chapada” e desaparece pouco a pouco pela ação do tempo num extraordinário exemplo de desperdício de dinheiro público. Idêntica a “construção” da Transchurrasqueira que muitos teimam em falar “Transpantaneira”, uma das vergonhas de nosso pantanal mato-grossense.

Durante sua construção, só se viam churrascos de dez em dez metros, com autoridades de todos os matizes, tamanhos e proprietários de certas terras que empurravam aqueles tratores da destruição ambiental para suas porteiras do deserto futuro. Ficamos sem estrada decente e sem o meio-ambiente que todo mundo grita desesperado hoje em dia por lá mesmo. E, continuamos sem turismo, pasta de maior fracasso em Mato Grosso.

Após o desastre da descoberta dos “empresários das motosserras”, “empresários de serrarias”, devastadores de florestas, pioneiros da destruição em prol de um lindo deserto no futuro que está chegando, atacam, agora, a baía de Tchacororé tentando desertificá-la com manobras que desafiam as autoridades e os povos do mundo.

Para realmente ajudar a sanar os problemas que a Baía de Chacororé esta passando, deve-se, em regime de urgência: 1 - Embargar imediata e urgentemente a obra da estrada que liga Barão de Melgaço ao Estirão Comprido, isso, pelo motivo legal de a obra não ter licença ambiental que exige estudo de impacto ao meio ambiente; plano de recuperação de área degradada, entre outras análises sérias, técnicas e profundas. 2 – Interdição imediata para readequação conforme o projeto original da MT 040 que liga Porto de Fora a Mimoso, pois as passagens de água são hoje, criminosamente insuficientes, fazendo com que um lado esteja alagado e o outro seco. 3 - Reconstrução da barragem entre Chacororé e Siá Mariana. 4 - Montar posto avançado da Sema e da PM Ambiental em Chacororé e Siá Mariana.


* PAULO ZAVIASKY é jornalista
verpz@terra.com.br



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