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Quando A Arrogância É Maior
Durante uma campanha político-eleitoral se vê de tudo. Candidatos posam de bons moços, e até de samaritanos. Não há, entre eles, quem não tenha solução para os mais diversos problemas do Estado e da nação. Pois demonstram serem o mais sábios dos especialistas em administração pública. Afinal, ganharam “cancha” ou na iniciativa privada ou nos próprios órgãos do governo, seja municipal ou estadual.
Justifica-se, portanto, o ar professoral quando estão à frente das câmeras e/ou dos microfones. Ajeitam-se nas cadeiras, impostam a voz e falam. Falam mais do que devem. Mas “não estão nem aí” para a concordância verbal e nominal, muito menos para com o sujeito ou com o tempo a ser empregado na frase que pronunciam. Particular que tem o presidente da República como modelo e referência.
Fez-se escola. Mesmo que o tal exemplo seja um tanto ruim para a formação escolar do jovem. Jovem que se viu “provocado” pelo ex-metalúrgico a ingressar na política, embora se sentisse desmotivado a continuar no caminho da leitura, pois, de acordo com o presidente, “ler dá sono”.
Opinião desnecessária e impensada. Sobretudo para quem tem como uma de suas obrigações: cuidar da educação escolar, embora não o faça, ainda que ele próprio não tenha saído das séries iniciais.
Quadro que faz do Brasil um país desigual. Desigualdade que é escamoteada pelos governos. Inclusive com a roupagem preparada pelo marketing, tendo como imagem de fundo certo crescimento do emprego e o aumento do número dos contemplados pelo Bolsa Família.
Paliativos. Nada mais! Receituários que os postulantes defendem, e os fazem com tamanha convicção que é capaz de seduzirem o mais cético dos eleitores. Daí o rosário de promessas. Mais parece um desfile de escola de samba, com enredo e adereços. Bem mais fantasias que, de fato, soluções para os graves problemas que assolam os setores da administração pública.
O curioso de tudo é perceber que cada um dos candidatos se apresenta como o mais preparado. Ressuscita, inclusive, feitos da vida privada ou de ações públicas, e os empunham como bandeiras.
Bandeiras que não podem ser criticadas. Caso alguém assim os faça, logo é tachado de fazer parte de um complô para fabricar “rejeição”.
A culpa, então, é desse complô. Não de suas aparições mal sucedidas ou da falta de tato no lidar com a coisa pública.
Errados, portanto, são os outros. Nunca o dito cujo. Embora as pesquisas de intenção de votos o colocam em queda-livre.
Apesar disso, prefere não repensar o curso da campanha. Talvez por acreditar que, realmente, esteja no caminho certo. “Equivocados estão os que pensam de maneira diferente”, balbucia lá no alto de sua arrogância.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
Justifica-se, portanto, o ar professoral quando estão à frente das câmeras e/ou dos microfones. Ajeitam-se nas cadeiras, impostam a voz e falam. Falam mais do que devem. Mas “não estão nem aí” para a concordância verbal e nominal, muito menos para com o sujeito ou com o tempo a ser empregado na frase que pronunciam. Particular que tem o presidente da República como modelo e referência.
Fez-se escola. Mesmo que o tal exemplo seja um tanto ruim para a formação escolar do jovem. Jovem que se viu “provocado” pelo ex-metalúrgico a ingressar na política, embora se sentisse desmotivado a continuar no caminho da leitura, pois, de acordo com o presidente, “ler dá sono”.
Opinião desnecessária e impensada. Sobretudo para quem tem como uma de suas obrigações: cuidar da educação escolar, embora não o faça, ainda que ele próprio não tenha saído das séries iniciais.
Quadro que faz do Brasil um país desigual. Desigualdade que é escamoteada pelos governos. Inclusive com a roupagem preparada pelo marketing, tendo como imagem de fundo certo crescimento do emprego e o aumento do número dos contemplados pelo Bolsa Família.
Paliativos. Nada mais! Receituários que os postulantes defendem, e os fazem com tamanha convicção que é capaz de seduzirem o mais cético dos eleitores. Daí o rosário de promessas. Mais parece um desfile de escola de samba, com enredo e adereços. Bem mais fantasias que, de fato, soluções para os graves problemas que assolam os setores da administração pública.
O curioso de tudo é perceber que cada um dos candidatos se apresenta como o mais preparado. Ressuscita, inclusive, feitos da vida privada ou de ações públicas, e os empunham como bandeiras.
Bandeiras que não podem ser criticadas. Caso alguém assim os faça, logo é tachado de fazer parte de um complô para fabricar “rejeição”.
A culpa, então, é desse complô. Não de suas aparições mal sucedidas ou da falta de tato no lidar com a coisa pública.
Errados, portanto, são os outros. Nunca o dito cujo. Embora as pesquisas de intenção de votos o colocam em queda-livre.
Apesar disso, prefere não repensar o curso da campanha. Talvez por acreditar que, realmente, esteja no caminho certo. “Equivocados estão os que pensam de maneira diferente”, balbucia lá no alto de sua arrogância.
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/951/visualizar/
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