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Opinião
Sábado - 08 de Maio de 2010 às 10:31
Por: Paulo Zaviasky

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O modismo atual é a palavra “descuiabanizar” que muitos adotaram como esterilizar, higienizar, limpar, num neologismo regional prá ninguém botar defeito.

Pouco tempo atrás, tal palavra era usada apenas fora de Cuiabá, como, por exemplo, lá em MS, pois mesmo com a divisão, nossos usos e costumes estavam enraizados naquela gente nossa de lá.

Depois, afunilou-se por aqui também, ficando restrita às áreas de Mato Grosso que hoje pertencem ao sul maravilha, onde há até uma bandeira do futuro com os dizeres: “descuiabanizar MT: missão maior não há”.

Porém, hoje, quando um político mato-grossense pede votos, não há mais pedidos de dentaduras, de cal para pintar a taipa de frente da rua, uma cancela, telhas da Eternit para “puxadinhos” das favelas que orientaram a “agecopa” para destruir um lindo estádio para construir outro misterioso em cima dele.

Perguntam apenas se ele vai ou não vai “descuiabanizar” Cuiabá. Mas, convenhamos, já estão tentando isso aí há um montão de tempo. Nem falo de empregos, até porque os cuiabanos fazem tanto sucesso lá fora que apenas confirma a regra de que “santo de casa não faz milagres”.

Cuiabanos bons são aqueles que estão aqui... Depois de ganhar a vida por esse mundão afora e gozar a aposentadoria por aqui apenas para azucrinar os neófitos marcianos orientando a Polícia Federal onde estão ou vivem escondidos por aqui.

Os portadores dessa vulnerabilidade parlamentar denominada “gripe cuiabana nº 43.779” vivem reclamando desses escândalos e dessas prisões só – e apenas - de alienígenas dos discos voadores do planeta “Pólo Sul Maravilha” e do satélite “Uai”, cujos tripulantes oriundos do “Sol-XVII Cabra da Peste” é uma dupla sertaneja do centro oeste estelar de um só bandeirante cósmico.

Os vírus cuiabanos somente assistem às prisões desses mágicos extraterrestres que enxergam elefantes brancos voando em cima da cama deles e até criaram bandeiras “descuiabanizóides”!

Os primeiros passos estratégicos foi a de sanear os empregos públicos desses vírus daqui. Só empregam quem possua naturalidade fora deste espaço sideral. Depois, surgiu a estratégia do plantão a jornalistas, escritores, poetas e escribas locais a fim de protestarem com o slogan na página dos leitores: “Hay cuyabanos, soy contra”.

Em seguida, elaboraram uma campanha de efeito psicológico de massa para mudança radical de nossos hábitos, costumes, lendas e tradições. O nosso peixe Piraputanga virou “pêra” com circunflexo e tudo, fruta saborosa. Em churrascarias daqui é comum você pedir uma pêra, maçã ou pêssego e eles entupirem sua mesa com o peixe piraputanga assada.

Desisti de lutar contra o erro grave de analfabetismo geográfico/cartográfico do “baixada” para nosso Vale do Cuiabá ou Grande Cuiabá ou metrópole, depois de ouvir um político falar que “baixada” é uma lenda e tradição daqui (?)... Para ele, “costume” de um povo é aquilo que existe há uma semana apenas. Para os políticos burros, “tradição” é tudo aquilo que existe há um mês na terra cuiabana. E, “lenda” é um “tróço” com mais de mês de existência.

Para o povo daqui não é necessário saber isso. Não temos professores, pois são todos líderes eternos das greves idem contra o ensino cuiabano.

Temos que reconhecer o alto grau com que se porta a TV Gazeta de Cuiabá em respeito ao povo daqui. Exemplo do programa matutino-jornalístico da Rádio CBN-Gazeta AM, comandada de modo profissional pelo jornalista e radialista Davi De Paula, companheiro do Clóvis Roberto, o insuperável.

Fala, pronuncia corretamente, tem educação de berço e respeita as coisas certas sem xingar a mãe de ninguém. Enquanto a minha TVCA fala errado, não há orientações internas, serve de exemplos negativos nas aulas e na Academia Mato-grossense de Letras. Exemplo? Está hoje no site da TVCA a proibição da letra “i”, tanto é que escreveram “peraputanga” sem espinhas”, dos dicionários cósmicos inexistentes. Deveriam escrever “Televesão Centro Améreca e seu védeo entetulado: “Peraputanga sem espenhos”.

Será que essa “descuiabanização” vai demorar muito?


* PAULO ZAVIASKY é jornalista

verpz@terra.com.br



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