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Opinião
Domingo - 11 de Abril de 2010 às 17:49
Por: Lourembergue Alves

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As coisas, lá pelas bandas da “Cidade Industrial”, não estão boas. Tem-se, a todo instante, notícia do bate-boca entre o prefeito e o vice-prefeito. Parece reprise do mandato passado, quando o peemedebista e o republicano não se entendiam, e até saíram candidatos em chapas contrárias, em 2008. Murilo Domingos foi reeleito, levando a tiracolo o vice Tião da Zaeli, também do mesmo partido. 

A situação parecia mudar. Só parecia. Pois, tão logo se iniciou a atual gestão, começou igualmente o desentendimento entre o vice e o prefeito. Desentendimento gerado por acordos não compridos.

Dizem que Murilo Domingos deveria se desincompatibilizar para ser candidato à Câmara Federal, deixando assim o caminho livre para o seu vice. Este, entretanto, viu o próprio sonho desfeito. Isso porque não houve renuncia alguma. Embora tenha existido conversa nesse sentido. Dizem, inclusive, que a cúpula republicana chegou a pressionar o dito mandatário-mor, o qual achou por bem permanecer à frente da prefeitura. 

Na verdade, o alcaide várzea-grandense temia ser derrotado nas urnas de 2010. Derrota quase certa, em razão do seu pífio desempenho como prefeito. Por onde se anda, encontram-se insatisfações e descontentamento. Nem mesmo no Cristo Rei, que lhe garantiu as duas vitórias consecutivas, é possível se ver um quadro favorável a ele. O bairro foi abandonado por completo. O mesmo se pode dizer com relação aos demais. 

Tem-se, desse modo, uma administração sofrível. Muito semelhante ao que já se via na gestão passada. A reeleição, no entanto, só ocorreu em função dos pontos negativos das candidaturas adversárias, sobretudo a democrata que, naquele instante, não despertava o interesse da população, além de realizar uma aliança com o deputado Maksuês Leite. Aliança expurgada pelo eleitorado. 

Murilo Domingos, então, saiu-se vitorioso em função dos desacertos de seus adversários. Não porque vinha tendo um trabalho exemplar. O segundo mandato, assim, caiu de graça no seu colo. Ele, ao invés de mostrar gratidão à população, ignora suas responsabilidades de prefeito. Consegue, portanto, o impossível, a saber: ser pior do que fora entre 2004 e 2008. 

Retrato triste. Ainda mais quando se percebe que os vereadores também contribuem para o caos e a desorganização. Não se ouve voz alguma de repúdio, de rebeldia no Parlamento Municipal. Tudo indica que esses parlamentares vivem em outra cidade, não a de “Couto Magalhães”. O que empalidece muito mais a estampa que se vê do lado de lá da ponte. Uma estampa que tem, ao fundo, a violenta queda de braços envolvendo prefeito e vice. 

Esses senhores, vaidosos e não assessorados a contento, fazem da cidade seu ringue. Lutam, sem, contudo, esgrimirem. Aliás, talvez nem saibam o que seja uma esgrima dentro da política. Daí os lances que estão mais para briga de rua. O que aumenta o descontentamento da sociedade, que se mostra cansada por tamanho atrito entre o prefeito e o vice. 

Atrito que contribuição alguma traz para a cidade. A não ser para o grupo dos Campos, que pode retomar as rédeas da administração local, em 2012, afastando de vez o sonho do Tião da Zaeli.   
    

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br


Autor

Lourembergue Alves

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista

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