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Opinião
Terça - 23 de Março de 2010 às 00:59
Por: Eduardo Gomes

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Antes da transformação da pecuária em componente do agronegócio dizia-se que em Mato Grosso o boi criava o homem, ao invés do contrário.

O pecuarista deixou de aplicar querosene no cangote dos animais para afugentar a aftosa e não fica mais ao pé do curral para vender a boiada ao primeiro zebuzeiro confiável que surja na curva da estrada. Hoje o boi de Mato Grosso é produto em escala empresarial e sua carne espalhou-se pelo mundo. Para tanto autoridades, pecuaristas, frigoríficos e os demais elos da cadeia pecuária criaram vínculos de boa cumplicidade que resultou no melhor cenário sanitário animal do continente.

A convergência dos elos da cadeia pecuária baniu a aftosa das invernadas e desde 16 de janeiro de 1996 não há notificação de foco da doença em Mato Grosso. Para se chegar ao status sanitário atual a luta foi dura e exigiu medidas extremas, como uso de rifle sanitário contra ovinos e caprinos em Cuiabá, abate no Nortão de bovinos procedentes do Pará, bloqueios na BR-158 na divisa paraense e outras ações.

Paralelamente ao cerco sanitário permanente, a pecuária evoluía para o cruzamento industrial, novilho precoce, melhoramento genético, transferência de embriões, rastreabilidade. Tudo isso aconteceu bem ao estilo discreto dos pecuaristas que hoje respondem pelo maior rebanho bovino brasileiro, com mais de 27 milhões de cabeças.

A maior parte desse avanço aconteceu ao longo dos sete anos do mandato do governador Blairo Maggi e o estado não se limitou a espectador dessa transformação. Ao contrário, foi seu grande sustentáculo. Essa conquista tem que ser creditada ao conjunto da pecuária e de modo especial ao servidor e veterinário Décio Coutinho, presidente do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), que com empenho profissional agregou todos na luta pela qualidade sanitária animal e se tornou referencial nacional em sua área de atuação.

No instante em que o governador deixa o Paiaguás, o presidente do Indea entrega o cargo que exerce. O destino dos dois é Brasília. Nos braços do povo e pelas vozes das ruas Maggi irá para o Senado. Décio parte para o desafio de coordenar nacionalmente a planta de governança cedida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao Ministério da Agricultura para a execução das políticas do Sisbov e da guia de transporte de animais eletrônica. Ambos cumpriram bem seus papéis e agora se preparam para batalhas no Planalto, na guerra sem fim por Mato Grosso.

 

EDUARDO GOMES é jornalista

eduardo@diariodecuiaba.com.br



Autor

Eduardo Gomes
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É Jornalista em Cuiabá

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