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Opinião
Domingo - 03 de Janeiro de 2010 às 01:03
Por: Onofre Ribeiro

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Tenho conversado muito a respeito do que esperar de 2010. Pra não espichar a conversa, vamos teorizar. Imagine que o segundo milênio, começado no ano 1.000 e encerrado no fim do ano 2.000 tenha sido medido por uma daquelas antigas ampulhetas antigas, inventadas antes do relógio. Foi muito longa e lenta a passagem da areia na ampulheta ao longo de mil anos. Mas imagine-se que no fim de 2000 a ampulheta foi virada e começou a medição do terceiro milênio. Mas imaginemos, ainda, que a mudança de posição da ampulheta ao ser virada de cabeça pra baixo para contar o novo tempo tenha demorado 10 anos. É de se esperar, não é? Afinal, é muita areia pra cair, e o que são 10 anos para um milênio?

O que digo é que esses primeiros 10 anos do terceiro milênio foram esse período em que a ampulheta já não media mais o tempo antigo e ainda não estava na posição para medir o tempo novo. Essa ausência da ordem anterior e da nova ordem, é o caos ou, simplesmente, falta de ordem. Nesse intervalo do caos, entre 2000 e 2010, o mundo antigo praticamente desmoronou nos seus principais fundamentos econômicos, políticos, sociais, ambientais, institucionais. Basta olhar para a política no mundo inteiro. No Brasil, então!

O ano que se inicia hoje, traz esse signo das mudanças de tudo aquilo que se conheceu, para indicar o começo de uma nova ordem ainda não muita clara dentro da nossa cabeça acostumada a velhos valores da velha ordem. Só um ponto para puxar a discussão: a chamada sustentabilidade ambiental. Ela pressupõe uma economia capaz de atender ao mundo atual, mas respeitando os valores do planeta e a qualidade de vida das pessoas. Isso significa mexer em tudo que é sistema de produção. A recente conferência Cop15, na Dinamarca, mostrou que o mundo não é capaz neste momento de produzir uma economia para o século 21. Países importantes como os Estados Unidos ignoraram a discussão sobre uma economia mundial sustentável. A China é completamente medieval nesse assunto.

Quando se fala em economia sustentável, fala-se em novo consumo, em novas formas de viver, de pensar, de agir, de produzir, de nascer e de morrer. É muita coisa pra discutir num momento só e de uma vez só. O que é certo: o mundo do terceiro milênio não será igual ao mundo do segundo milênio. Não se trata de críticas, nem de acusação. Foi o milênio das grandes transformações da humanidade. Mas o terceiro, pede valores e paradigmas novos, completamente inimagináveis.

Talvez essa seja a grande equação daqui para os próximos 365 dias e anos vindouros. Aceitar as mudanças, pensar nelas, compreendê-las como algo maior do que os simples enunciados de todas as profecias, a começar do Apocalipse da Bíblia. Isso significa dizer que o nosso cotidiano de rotinas será mudado, que o nosso pensamento também terá que ser substituído por equações novas, e que os homens que dirigem nações e influenciam no planeta, sejam reciclados pelos valores da nova ordem. Mas, falar nisso agora, ainda é falar num apocalipse muito pior do que o bíblico...! Mudanças, mudanças, mudanças...



Autor

Onofre Ribeiro
onofreribeiro@onofreribeiro.com.br www.onofreribeiro.com.br

É jornalista em Cuiabá.

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