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Opinião
Quinta - 01 de Agosto de 2019 às 09:32
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Estão acontecendo coisas no Brasil que, se concretizadas, mesmo se a esquerda voltar ao poder, não daria para desfazer o que vem pela frente. Mesmo com as seguidas derrapadas do Bolsonaro, o momento diferente está empurrando a política e a economia para outros caminhos. O momento e não pessoas faz a história.

Foi feita a Reforma Trabalhista. Dificilmente será modificada. A reforma da Previdência está a caminho e a Tributária seria aprovada também este ano. Além de uma reforma Administrativa, incluindo o fim da estabilidade nos cargos efetivos.

Pode vir ainda reforma do sistema financeiro, baixar juros e até um novo pacto federativo, além da independência do Banco Central. Governos não poderiam fazer o que querem na economia pensando na próxima eleição.

Deve vir uma enorme privatização. Tirando o Banco do Brasil, Caixa Econômica, Petrobras, Furnas e mais uma ou outra empresa, todas as outras seriam oferecidas ao mercado. E ainda a abertura à competição externa com a integração do Mercosul com a União Europeia e a possibilidade de acontecer o mesmo entre o Brasil e os EUA.

Juntando tudo, o estado terá mais de um bilhão de reais de dinheiro novo para o ano que vem

No lado politico, na eleição do ano que vem, não se terá coligação na proporcional. Isso culminaria na eleição de 2022. O partido que não eleger sozinho um número determinado de deputados federais não teria acesso ao Fundo Partidário e ao tempo no horário gratuito. Uns 20 partidos podem desaparecer.

Com tudo isso a caminho, volta-se ao argumento lá de cima: se alguém da esquerda politica chegar ao poder em eleições futuras o que poderia fazer? Retomar bens privatizados? Derrubar reformas feitas e a forte guinada ao liberalismo econômico? Vai ter que se adaptar a uma nova situação e criar um novo discurso.

Um assunto do momento estadual. Machiavel, num trecho do seu famoso livro, diz que o governante deve fazer toda maldade ou todo enfrentamento desgastante de uma vez. Que as bondades, ao contrário, devem ser distribuídas aos poucos.

Os fatos mostram que Mauro Mendes resolveu fazer todo o enfrentamento de uma vez e no primeiro ano do seu governo. Produtores de milho e algodão não gostaram de contribuírem mais com o Fethab. Com a minirreforma tributária e mexida nos incentivos fiscais cutucou outras classes produtoras do estado também.

Com base na calamidade financeira e, seguindo ainda o que diz a LRF, não pagou RGA aos funcionários. Enfrentou a greve dos professores e mandou recado para as outras categorias funcionais. Enfretamentos em quase todas as áreas de uma vez só, portanto.

Com as alterações feitas, o estado deve arrecadar mais no ano que vem. Terá ainda dois Fex para receber. Deve sair o empréstimo do exterior para espichar aquela divida com o Bank of America. Vem dinheiro do chamado Plano Mansueto para aqueles estados com notas C que cumprirem certas regras junto à Secretaria do Tesouro Nacional.

Juntando tudo, o estado terá mais de um bilhão de reais de dinheiro novo para o ano que vem. Seria, na tese lá de trás, o momento das bondades e diminuir os enfrentamentos.

ALFREDO DA MOTA MENEZES é analista político.



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