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Opinião
Segunda - 14 de Outubro de 2019 às 06:29
Por: Onofre Ribeiro

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Desde o século 18 a Amazônia mereceu a curiosidade inicialmente e depois a cobiça de países europeus. Grandes exploradores visitaram a região. Inclui-se aí, o Coronel inglês Percy Fawcett, em busca da lendária cidade perdida de Z, cujo foco mais tarde ele desviaria para o Vale do Araguaia, em Mato Grosso. Lendas e mais lendas se criaram no imaginário europeu.

A cidade de Eldorado, a cidade das índias amazonas, a cidade perdida de Vincent Pizon, e até mesmo a busca por ruínas de civilizações antigas.

Essas buscas tinham um significado de tentativa de domínio do absoluto desconhecido

No inconsciente coletivo europeu, essas buscas tinham um significado de tentativa de domínio do absoluto desconhecido e uma espécie de desejo de dominação da natureza na sua mais bruta forma de existir.


Por fim, neste ano a Amazônia ocupou o imaginário mundial que a enxergou na forma de uma imensa fogueira incendiada através dos desmatamentos. O Brasil não teve capacidade de responder de imediato porque foi apanhado na surpresa de ver o seu território devassado de todas as formas.

O que resta dessa tragédia político-ambiental-econômica deste ano? Restaram algumas primeiras constatações enumeradas a seguir:

1- A defesa da soberania brasileira na região

2- A tomada de atitude protecionista-ambiental

3- O endurecimento de legislações protecionistas na região

4- A facilitação de meios da preservação

5- A criação de critérios e de meios para que a preservação não seja apenas pra apagar o incêndio na opinião pública

6- Usar o protecionismo à região como moeda internacional de troca em pagamento dos ativos ambientais proporcionados pela Amazônia, como chuvas, oxigênio, bioespécies e garantias de vida à espécie humana, etc

7- Sair do reativo e ir pro ativo amazônico como um ativo econômico e financeiro do Brasil frente ao mundo. O assunto deveria sair da esfera ambiental para a esfera da diplomacia como moeda de troca internacional do Brasil com o mundo

8- Cobrar as universidades e das instituições de pesquisas a responsabilidade cívica de tratarem a Amazônia como um ativo político e científico nacional e não como discurso ideológico irresponsável.

No ano que vem as cobranças virão de forma muito mais agressiva se até lá o Brasil mantiver essa política pobre de reagir e de não traçar ações fortes. Nem todo mal é mal, diz a sabedoria popular.

Que a pobre Amazônia desprotegida de até 2019 seja substituída por uma Amazônia forte e inspiradora para o Brasil e para o mundo. É o mínimo que se espera.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso



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