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Opinião
Terça - 14 de Janeiro de 2020 às 12:36
Por: Onofre Ribeiro

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A aparência pública da eleição suplementar que vai escolher o substituto/a da ex-senadora Selma Arruda, tem várias leituras. Umas aparentes e outras de bastidores.

Vamos tentar enumerá-las.

1 – A vaga existe depois da cassação do mandato da senadora Selma Arruda.

2 – Muitos nomes disputam a vaga. Muitos partidos se escondem atrás dos nomes pretendentes porque não tem força de arregimentação capaz de criar uma candidatura viável.

A eleição fora de época servirá como freio de arrumação para as eleições municipais de outubro deste ano

3 – No passado recente os partidos tinham força e eram guiados por grupos políticos. Juntos, determinavam o rumo da política estadual. Desde a eleição de Blairo Maggi ao governo em 2002, os grupos perderam a força e se dissolveram. Restam nomes egressos, mas com força apenas individual. Não mais do grupo.

4 – Os grupos existentes, não lotam uma Kombi, dizem os mais pessimistas. Vamos lembrar. Até a eleição de Blairo, o grupo do PFL, comandado pela família Campos, reunia gente de peso como o senador Jonas Pinheiro e tinha voz política no Estado. Tinha deputados estadual, federais, prefeitos e vereadores. O MDB tinha Carlos Bezerra, Dante de Oliveira (que se separou do grupo em 1998). Mas tinha ainda nomes de peso como José Marcio de Lacerda, José Lacerda. O PT tinha nomes de peso como Serys Slhessarenko, Carlos Abicalil, Gilney Viana, entre outros. Os demais partidos tinham líderes solitários ou se juntavam aos majoritários em época de eleições.

5 – Em 2020, o grupo da família Campos tem os irmãos Júlio e Jaime. No seu partido, o DEM tem o governador Mauro Mendes e fraca representação parlamentar. O MDB tem fraca representação parlamentar.

6 – Fora dos grupos, o senador Welinton Fagundes caminha solitário. O ex-senador Blairo Maggi caminha solitário também. Pretende disputa a atual vaga de senador outro nome solitário, o do vice-governador Otaviano Piveta. Carlos Fávaro vem com a herança de 234 mil votos da eleição de 2018 para o Senado.

7 – Esta eleição vai dar um azarão eleito. Mas a eleição fora de época servirá como freio de arrumação para as eleições municipais de outubro deste ano. E uma prévia pra 2021. Havendo ou não uma reforma político-partidária pra 2021, a arrumação de agora vai ser importante nessa eleição.

8 – Finalmente, quadros políticos empobrecidos e enfraquecidos olham pra vaga de Selma Arruda. Não existe mais exuberância e força nos quadros políticos mato-grossenses.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.



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