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Opinião
Quinta - 21 de Janeiro de 2021 às 11:10
Por: Renato Gomes Nery

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Nomenklatura (palavra russa derivada do latim) era como se designava a "burocracia", ou "casta dirigente" da União Soviética. Ela incluía altos funcionários do Partido Comunista da União Soviética e trabalhadores com cargos técnicos, artistas e outras pessoas que gozavam da simpatia do Partido Comunista.

Na verdade, os membros da "nomenklatura" eram, em sua esmagadora maioria, filiados ao Partido Comunista da União Soviética e gozavam de inúmeros privilégios e vantagens inacessíveis para o restante da população do país -. (Wikipédia – Internet).

Eu me lembro deste nome toda vez que tenho notícia de mais uma das tantas vantagens que beneficiam, aos normalmente altos funcionários públicos da burocracia que permeiam o Estado Brasileiro. Ressalto, também, que esta foi uma das causas da derrocada na URSS, na década de 90 do século passado.

Membros da "nomenklatura" eram, em sua esmagadora maioria, filiados ao Partido Comunista da União Soviética

Friso que é de contradição em contradição que se solapa as bases do Estado e do Poder Político. São elas que levam consigo a promessa de cindir a sociedade ao meio, pois esta – aqui no Brasil - é e continua ser a mãe de uns poucos e a madrasta do restante da população.

Outro dia eu ouvi de um alto funcionário público, o seguinte: que apesar de ganhar mais de 30 salários mínimo (fora tantos outros privilégios), ele acha pouco pelo tanto que trabalha. Fiquei pensado, o que será pensaria sobre isto os milhões de desempregados ou aqueles que ganham 01 (um) salário mínimo.

O saco do interesse não tem fundos, como afirma um ditado popular. Quanto mais se tem mais se quer. Um famoso setor público -acusado de fazer pregão para adquirir e distribuir centenas de caríssimos telefones celulares aos seus membros, cujas despesas de uso mensais serão, também, pagas pelo contribuinte - negou que teria encaminhado projeto de lei para criar adicional de periculosidade para seus privilegiados servidores.

E que isto seria arte de alguém do órgão, sem o aval da direção. Enfim, todo dia somos brindados com notícias deste naipe, nesta sociedade onde todo mundo conhece bem os seus direitos e privilégios, mas faz vistas grossas para os seus deveres.

Poderia ser diferente! Eu acho que sim, mas não é! E este périplo da insensatez e da indiferença prossegue na sua gloriosa “one way” desta pátria de padrastos! Até quando!

Renato Gomes Nery é advogado.



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