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Opinião
Sexta - 27 de Agosto de 2021 às 06:20
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Diferentes pesquisas apontam que a eleição do ano que vem para presidente está polarizada entre Jair Bolsonaro e Lula. Um mais à esquerda, outro mais à direita. Outras candidaturas estão distantes desses dois nomes.

Mas, interessantemente, as mesmas pesquisas indicam que existe espaço para outra candidatura. As últimas pesquisas de intenção de votos mostram que gira em torno de 60% o número de entrevistados que dizem que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro e que algo como 40% não votam no Lula de jeito nenhum também.

Em tese, esse “de jeito nenhum” significa que, faça chuva ou faça sol, esses dois candidatos não teriam aqueles votos entre esses pesquisados. O que mostra espaço para outra candidatura mais ao centro. Um nome alternativo ao Lula e Bolsonaro.

Será que desta vez funcionaria assim? Ou, como na eleição passada, os nomes mais ao centro tiveram votações raquíticas e se teve, num segundo turno, alguém mais à esquerda, Fernando Haddad e outra à direita, Bolsonaro. Repetiria no ano que vem entre Bolsonaro e Lula? Mas por que esses dados constantes nas pesquisas sobre não votarem neles de jeito nenhum?

Pesquisas apontam que eleição está polarizada entre Jair Bolsonaro e Lula

Quais nomes despontam no momento como candidatos alternativos? Ciro Gomes, com o novo marqueteiro, quer se mostrar mais palatável ao eleitor dessa área politica. Outros nomes são os dos governadores de São Paulo e o do Rio Grande do Sul e ainda o ex-ministro da Saúde, Luís Mandeta.

Outro argumento em torno da eleição presidencial em 2022 é sobre a economia. Se ela melhorar bastante ajudaria ao Bolsonaro. Que a maior parte do eleitorado nacional pensa com o bolso. Uma economia crescendo, gerando emprego, cria um clima favorável a quem estiver na presidência.

Mas tem boi na linha. Crise hídrica, energia em alta, inflação aumentando, menos investimentos, confronto politico quase diário levam os especialistas a baixaram os números de crescimento da economia para o ano que vem. Já falam em menos de 2%. Nesse patamar não daria para ter aquele clima maior de euforia junto à população.

Uma retomada mais vigorosa da economia seria útil para aumentar emprego e renda das famílias, o que melhoraria o humor do eleitor. Sem isso, a conversa é diferente.

E o presidente, ao invés de abaixar a temperatura política, bota mais lenha na fogueira, o que não ajuda em nada as perspectivas futuras da economia. O que, em tese, não ajudaria na sua reeleição. Ele faz isso para mobilizar seus apoiadores? Mas não agrega outros e sem isso a eleição do ano que vem se complica.

Cabe na análise ainda que, mesmo com problemas diferentes pela frente, Bolsonaro chegaria competitivo na eleição pelo programa social que quer implementar, alguns específicos para o Nordeste, para enfrentar o Lula no seu reduto mais forte.

Dá para ficar especulando a favor e contra as candidaturas do Bolsonaro, do Lula ou até outros nomes. Mas, para não encompridar, o que dizem as pesquisas se concretizaria ou o mundo real de uma eleição é sempre uma surpresa?

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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