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Opinião
Segunda - 26 de Setembro de 2011 às 14:33
Por: Lourembergue Alves

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É grande a movimentação em torno das disputas eleitorais de 2012. Reuniões são realizadas e reencontros são agendados. Os líderes se encontram, independentemente de suas correntes partidárias. Afinal, contam-se muito mais os projetos pessoais. Daí a correria. Inclusive para atravessar a ponte que divide cidades. Pois pessoas buscam outros domicílios eleitorais, onde possam ter melhor sorte; enquanto outras, que perderam recentemente o emprego, fazem suas escolhas partidárias. 
 
Quadro bastante curioso. Bem mais quando se observa também os passos dos então vereadores. Estes tentam “vender” a si próprios como transeuntes comuns, dos quais se diferem na disposição e no trato. Isso porque não carecem estar apressados, uma vez que no dia marcado o salário lhe caem na conta. Mesmo que não tenham realizado coisa alguma. Ainda assim, dizem ter feito o máximo, o impossível. “Coitados”! Só faltam cair de joelhos para que alguém acredite em suas ladainhas.

Parecem enredos de telenovelas repetidas. Porém são incapazes de mudar as fotografias. Embora tentem se passar por “novos” e “compromissados” com o momento, sem que saibam o verdadeiro sentido de comunidade, a não ser o de “grupo”. Daí a “bagunça” que se viu nas Câmaras várzea-grandense e cuiabana, durante toda a legislatura que caminha para o seu final. 
 
Resultado que desabona quaisquer candidaturas saídas desses Parlamentos municipais. O desabonar, contudo, nem sempre é conjugado com precisão pela população. Esta, ou pelo menos a sua maioria, se deixa levar pela onda “do tapinha nas costas”, e acaba por repetir o voto das eleições passadas.

Isso explica, por outro lado, a repetição das mesmas “caras” nas disputas pela chefia do Executivo. Repetição que tem o formato “do vale a pena ver de novo”, apesar do contratempo com a “falta d’água”, “do desleixo com a saúde pública” e do “lixo que sai pelo ladrão”, enquanto a ausência de sinalização ou de placas compromete o cotidiano do munícipe. 

Dissabores antigos. Velhos como são as figuras que tentam emplacar seus nomes como candidatos.

Cada um deles a seu jeito, a sua maneira. Embora todos pertençam ou tenham feito parte de grupos que estiveram antes na chefia da administração local. O que os tornam cúmplice ou responsáveis pelo atual quadro que se encontra os dois maiores municípios do Estado. 
 
Essa situação de cumplicidade, infelizmente, será esquecida. Esquecida como já foi, inclusive, pelos meios de comunicação, e, por tabela, pelo eleitorado. Assim, eleitor algum se lembrará do grupo que esteve, nas últimas duas décadas, à frente da saúde pública municipal; muito menos do que estivera – em igual período – a lidar com o DAE e a SANECAP. 
 
O não lembrar, aqui, deixa a porteira aberta para as figuras de sempre. Até porque inexistem outras, distintas o bastante das que ora se fala ou se tem como quase certas suas presenças.

Apesar disso, é grande a movimentação. Sobretudo porque os partidos querem se reestruturar para a disputa de 2012. Uma disputa que serve como aperitivo para a de 2014.        

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.  


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