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Opinião
Terça - 15 de Março de 2022 às 09:33
Por: ONOFRE RIBEIRO

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Difícil ser otimista no Brasil de hoje. Difícil não ser otimista no Brasil de hoje.

Olhando da perspectiva do Brasil do Sul e do Sudeste e de boa parte do Nordeste, o Brasil definitivamente não dará certo.

Olhando da perspectiva do Brasil profundo, longe do litoral e dos grandes centros urbanos conflitados, há um país vibrando por conta própria. Em 1960 quando se inaugurou Brasília um dos propósitos era esse: criar uma nova civilização no coração do Brasil, longe do litoral, sempre conflitado. Na década de 1970 veio a fase de ocupação da Amazônia. A partir daí o Centro-Oeste e Amazônia tornaram-se protagonistas do desenvolvimento brasileiro.

O Brasil profundo tem cara e números. Vou citar abaixo alguns números e cenários levantados pela Tendências Consultoria Integrada, publicados na revista Exame e no jornal Valor Econômico no mês passado. Diz que de todos os 27 estados brasileiros, 5 serão os que mais crescerão no país. Na média de 1,5 a 3,5% em 2022. São eles:

REGIÃO NORTE

PARÁ – impulsionado pela mineração, especialmente pela Vale, e pela mineração em geral;

RONDÔNIA – impulsionado pela expansão da agropecuária, pela privatização de saneamento e pela mineração.

REGIÃO CENTRO-OESTE

MATO GROSSO – impulsionado pela expansão da agropecuária, pelos bons preços de mercado mundial, pelos investimentos em dois trechos de ferrovia entre Rondonópolis e Lucas do Rio Verde e Mara Rosa (GO) e Água Boa(MT). Só o trecho de MT terá R$ 4 bilhões em investimentos. Soma-se a instalação de três grandes plantas de etanol de milho em Primavera do Leste, as maiores do país. Mais fortes investimen6tyos do governo estadual em setores públicos. Expectativa do crescimento será de 3,5 a 5% em 2022;

MATO GROSSO DO SUL – impulsionado pela agropecuária e pela construção das 3 maiores plantas de celulose do Brasil nas regiões de Três Lagoas e de Dourados;

GOIÁS – impulsionado pela agropecuária, pela indústria de carros, de caminhões, de tratores e de implementos.

Enquanto nas demais regiões do Brasil o desemprego e as consequências sociais são grande problema conjuntural, nessas estados citados, a geração de empregos é crescente e em Mato Grosso, particularmente, sabe-se com antecipação que haverá um apagão próximo de mão-de-obra para o crescimento previsto.

No entanto, o Sul, o Sudeste e parte do litoral do Nordeste não olham para o centro do Brasil. E quando olham não percebem a consolidação de um Brasil profundo com cenários de crescimento sustentável tanto do ponto de vista da economia nacional, quanto mundial.

No reset do Brasil político essa percepção quase não é notada. Discute-se uma polarização completamente fora da grande realidade que vem do centro para o litoral, presa das ideologias. O Brasil profundo está indo além da empobrecida política nacional.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Cuiabá.



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