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Opinião
Sábado - 01 de Outubro de 2022 às 09:57
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Dados do IBGE mostram que Mato Grosso continua como líder no número de cabeça de gado no país. Das 224 milhões, MT tem 32.4 milhões ou 14.4% do total nacional.

O estado tem cerca de dez cabeças de gado por cada habitante.

Outro dado publicado recentemente mostra que no Valor Bruto de Produção da pecuária, MT ficou em primeiro lugar com 33 bilhões de reais.

No Valor Bruto, que inclui a agricultura, o total é de 218 bilhões de reais o que dá, pelo quinto ano seguido, o primeiro lugar do estado nessas duas áreas de produção no campo.

O estado tem sozinho 20% do valor agrícola do país. O município de Sorriso tem o maior VBP do país, com 9.9 bilhões de reais. Depois vem Sapezal com 9.1 bilhões e em terceiro Rio Verde em Goiás, com 7.7 bilhões de reais.

Dos dez maiores municípios em VBP, Mato Grosso tem sete deles: Sorriso, Sapezal, Campo Novo dos Parecis, Diamantino, Nova Ubiratan, Nova Mutum e Querência.

São dados expressivos que vem ocorrendo no setor agropecuário do estado por vários anos. Mas, interessantemente, o outro Brasil, exceção ao pessoal envolvido com o agronegócio de lá, não conhece essa realidade.

Você já conversou com alguém do Brasil distante sobre Mato Grosso? Ou até mesmo um taxista ou motoristas de aplicativo de cidades pelo país?

Quando se fala no estado eles logo associam, matas, animais, índios e outras afirmações até bizarras.

Não conhecem essa nova realidade do estado. Falam logo também na questão ambiental. Assunto forte na pauta do Brasil do litoral sobre o distante Mato Grosso.

E o estado tem como crescer mais ainda na agropecuária sem desmatamento. Fala-se que poderia incorporar milhões de hectares à agricultura com as terras degradadas e de pastagens.

Que o gado deve ir mais para confinamento, ajudado ainda por tecnologia nessa área.

As terras de pastagens seriam ocupadas pela agricultura de ponta. Com isso o estado mandaria recados ao mundo desenvolvido sobre preocupação ambiental e poderia abrir mais e novos mercados para os produtos daqui.

E aproveitando o gancho sobre os números expressivos do agronegócio no estado volta-se a outra cantilena antiga. O estado tem que encontrar meios para investir cada dia mais na agroindústria. Já está acontecendo alguma coisa. Dados recentes da Fiemt mostram que nos setores de pescado, carnes, bebidas, madeiras, etanol geram cerca de 75 mil empregos ou 40% das vagas do agronegócio.

É no momento de crescimento da agropecuária que pode e deve crescer a agroindústria. É o momento do acumulo de capital desse setor que vai aumentar os investimentos no outro.

O caso clássico e sempre citado foi o do estado de São Paulo. Com o dinheiro do café começa a industrialização do estado. Rio Grande do Sul e Paraná também caminharam por aí, tem agroindústria forte.

Este tem que ser o caminho. Já tem um começo e deve melhorar com a extensão de ferrovias por lugares diferentes do estado. É um novo momento frente a uma nova realidade.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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