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Opinião
Terça - 09 de Agosto de 2011 às 17:00
Por: Lourembergue Alves

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Rompimentos são próprios do jogo político. Inexistem, então, casamentos eternos. Principalmente em razão de interesses particulares. Afinal, não se alinha por questões ideológicas ou programáticas. Não por aqui, onde os ganhos ou os dividendos eleitorais muitas vezes se devem as ações governamentais. Daí o estar próximo da chefia do Executivo, que tem a chave do cofre e a caneta para nomear aos cargos de governo. Isso explica tudo, porém não mantém o aliado para sempre. Aliás, ontem se ouviu falar que o PSD/MT pretende caminhar independentemente, e hoje foi à vez do DEM falar em saída da base. 
 
Os democratas, na eleição passada, estiveram em trincheiras diferentes da do PMDB, PP, PR, etc. Encontravam-se de mãos dadas com o PSDB e o PTB. Coligação derrotada. Mas, tão logo, se iniciou este ano. Passaram a ser paparicados pelo governo estadual. Aproximação que lhes renderam uma secretaria – quase de porteira fechada. O quase, no tablado das disputas, faz bastante diferença. Tanto que os torna peados, sem grande poder de negociação no interior. O que afasta os chefetes políticos municipais. 
 
Afastamento que faz da sigla democrata uma simples coadjuvante. Longe, portanto, da condição de protagonista na luta pelo governo regional em 2014. Bem atrás do PMDB, do PR e ainda do não criado PSD. Esta última dá mostra de fazer carreira solo. Até mesmo em razão do seu real tamanho, o que lhe permite esbravejar e sair atirando contra o governo, e o faz aproveitando do cenário de greves -, sem, contudo, desgrudar-se de fato das tetas governamentais. São estas, aliás, que lhe faz grande.

Igualmente ocorre com os republicanos que, embora tenham encolhidos, afinal não têm mais as mãos as rédeas da administração pública estadual, continuam a posar de “manda-chuvas”. Papel que agora pertence aos peemedebistas, ainda que acanhados e limitados nos principais pólos municipais.
Especialmente em Rondonópolis. Por isso, o PMDB busca nomes fortes para as disputas de 2012.

Tarefa nada fácil. Pois, além dele, aparece também o PR, mesmo atrapalhado em Várzea Grande e Tangará da Serra, assim como também destacam o PSD – a vedete do momento – e o DEM. Partido este que sonha retornar a comandar a “Cidade Industrial”. Para tal, seu cacique-mor já pensa em articular “uma chapa viável”, a qual contará – dizem – com o apoio do governador Silval Barbosa (PMDB), e isso pode abortar a candidatura de Wallace Guimarães (PMDB), a exemplo do que já se tem – nos bastidores - como certa a não candidatura a reeleição do prefeito rondonopolitano (PMDB). É a própria ala governista sendo movimentada pelos interesses particulares. 
 
Interesses que “plantam” notícias e, por fim, mexem com o tabuleiro de xadrez da política regional. 
 
Só que o ano de 2014 ainda está bastante longe, e no governo, o DEM poderá tirar proveito, arrebatando espaços e cargos, com os quais precisam para o seu fortalecimento nos municípios.
Por outro lado, as disputas de 2012 não levam os democratas a saírem do governo. Portanto, a tese de rompimento do Dilceu Dal Bosco não se sustenta. Nem politicamente, muito menos ideologicamente. Sobretudo nesta última. Pois, no ideológico, os partidos brasileiros fazem uma salada da pior qualidade.             

Lourembergue Alves é professor universitária e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br


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