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Opinião
Segunda - 19 de Dezembro de 2022 às 10:36
Por: Gabriel Novis Neves

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Que coisa difícil de entender esse tal de pensamento!

Ele é produzido em nossa mente e apresenta inúmeros tipos e técnicas para nos livrar deles quando achamos necessário.

Nunca me aprofundei nos estudos da neurociência para entender esses mecanismos que chegam a nos alegrar e aborrecer.

Não sei se já esqueci de fatos tão remotos!


Só sei que ultimamente tenho tido muitos pensamentos que chegam quando não faço nada.

Para pensar tem que ter tempo.

Estou assistindo jogos do Catar.

Meu cérebro está povoado de pensamentos que me levam a escrever.

Nunca me aprofundei nos estudos da neurociência para entender esses mecanismos que chegam a nos alegrar e aborrecer

É tão forte a fabricação dos meus pensamentos, que inibem a minha audição, ou coloca em um plano inferior esse meu órgão sensitivo como se nada estivesse acontecendo no quarto com a TV ligada.

Não é um pensamento obsessivo, pois antes não havia pensado no pensamento.

Só olho para a tela da televisão para assistir aos replays dos gols, hoje feitos em profusão pela Argentina.

Tento esgotar os meus pensamentos escrevendo pelo whtsap do meu celular, enviando depois ao meu email.

Abro o computador na página do email e copio o texto para colar no Word, onde corrijo e preparo para publicar.

É uma economia de tempo que permite a quem não tem mais tempo a perder, de fazer coisas diferentes ao mesmo tempo.

Termina o jogo de futebol e a crônica está pronta.

Faço outras coisas, quase sempre sem importância na altura da minha vida.

A velhice é a fase que vivemos das lembranças que construímos, ou não, na primeira metade da nossa existência.

Apenas os pensamentos são mais abundantes e descoordenados, quando achamos que não temos mais nada a fazer.

Nós fatiamos a nossa vida em etapas e o nosso cérebro não entende assim.

Os pensamentos chegam ao nosso consciente através de um emaranhado de milhões de fibras nervosas com as suas sinapses, produzindo emoções.

Elas podem nos alegrar ou entristecer, e são retiradas das profundidades do nosso cerebelo, onde por anos ficaram guardadas.

Tudo que vivenciamos desde o nosso nascimento fica aí bem arquivadas e uma dia pode brotar no nosso consciente, produzindo os pensamentos que podem estar recheados de emoções as mais variadas.

O jovem trabalhador não tem tempo para pensar, e na velhice essas experiências vividas retornam em forma de pensamentos.

Parece até que há tempo para trabalhar e tempo para pensar.

Tive tempo suficiente para pensar, e tentar escrever literariamente sobre o pensamento.

Gabriel Novis Neves é médico e ex-reitor da UFMT



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