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Opinião
Terça - 31 de Janeiro de 2023 às 06:55
Por: Marcelo Portocarrero

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O principal equívoco da igreja católica é não entender que a fé reside apenas e tão somente em Deus e que ela deveria ser (de novo, apenas e tão somente) uma instituição criada para congregar pessoas que creem Nele e em seu dileto filho Jesus Cristo.

É o que está acontecendo com outras instituições que também passaram a dar mais ênfase à arrecadação do dízimo que para a fé religiosa de quem as frequenta.

Isso está ocorrendo desde que passou a dar importância ao material em detrimento do espiritual, momento em que começou a perder este importante elo de ligação com o Criador.

A meu ver, essa má orientação e o consequente afastamento de sua razão de existir está causando perda de relevância em relação ao cristianismo original.


É difícil encontrar alguém que tenha se convertido ao cristianismo católico devido às mudanças propostas através de novas teologias, a exemplo dessa que se auto interpreta como sendo da libertação.

É difícil encontrar alguém que tenha se convertido ao cristianismo católico devido às mudanças propostas através de novas teologias

O que se percebe, estatisticamente falando, é a sensível redução no número de cristãos seguindo essa, digamos, nova ordem, que aos poucos vai se apossando do tradicional catolicismo. Se estão tão certos de sua orientação filosófica, porque não fundam a sua? Esta questão surge porque, de outra forma, já a teriam criado e aberto mão do dízimo dos católicos conservadores que tanto combatem. Assim seria, se fossem o que dizem ser mas não são, porque não vão largar aquele enorme patrimônio humano, físico e financeiro devido, entre outras coisas, seu maior comprometimento com o material que com o espiritual.

Esse movimento, percebido pelos gnósticos nos primórdios do cristianismo e por Lutero lá atrás, acabou por oportunizar que outras instituições cristãs surgissem no vazio deixado pela igreja católica quando de sua guinada progressista na medida em que a fé, sua principal coluna de sustentação, passou a dividir espaço com o medo, neste caso representado pelo materialismo. Vide a pompa e riqueza do Vaticano, uma cidade-estado, algo inimaginável, se não filosoficamente inconcebível para os primórdios do que se tornou a igreja católica.

Para bem complementar o raciocínio do parágrafo anterior, é importante salientar que a fé e o medo são dois sentimentos que não coexistem devido o primeiro significar a existência de amor e o segundo o desespero de sua ausência.

Quando a sabedoria popular diz que a fé remove montanhas, na verdade está ensinando, como Maomé o fez, que não é a montanha que vem até nós e sim que nós devemos ir até a montanha, ou seja, a razão deve superar o desejo, e isso só se dará pelo crescimento espiritual.

O crescimento material é passageiro e dura apenas uma existência física, já o espiritual é conhecimento interior, aprimoramento que evolui a cada tempo terreno e nos acompanha na medida em que buscamos a perfeição em Deus.

O tempo sempre será senhor da razão, entretanto, o materialista o usa para enriquecer o corpo enquanto o espiritualista o tem para enriquecer a alma.

Marcelo Portocarrero é engenheiro civil



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