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Opinião
Quinta - 23 de Março de 2023 às 04:42
Por: Giovana Fortunato

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Foi lançado na última quarta-feira (08) deste mês no Brasil a nova vacina contra o HPV (papilomavírus humano). O medicamento, produzido pela farmacêutica MSD, é um imunizante nonavalente, que oferece 90% de proteção contra nove subtipos de HPV, sendo sete com alto risco para câncer de colo de útero e dois responsáveis pelas verrugas genitais. A versão disponível atualmente cobria apenas quatro subtipos, com proteção de 70%.



Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece seis tipos de imunização contra o vírus: três bivalentes, duas quadrivalentes e uma nonavalente. Todos os seis tipos de imunizantes, ainda que possuam variações nas formulações, protegem contra os dois tipos de HPV que mais causam câncer de colo de útero, sendo esse o principal tipo de aparecimento nos infectados (70% dos casos).



A vacina nonavalente é indicada para mulheres e homens dos 9 aos 45 anos de idade. Para pessoas entre 15 e 45 anos, o esquema vacinal é feito em três doses, com intervalo de 2 e 6 meses. Já entre 9 e 14 anos, deve ser realizado o esquema com apenas duas doses, com 5 meses de intervalo. A nova vacina ainda não se encontra na rede pública de saúde.



É importante ressaltar que quem já recebeu o imunizante quadrivalente anterior, também pode se vacinar com a nonavalente para garantir uma maior e mais eficaz cobertura. A nova vacina, porém, só deve ser aplicada um ano após a conclusão do esquema vacinal da anterior.



Ela também é recomendada para quem já tem o HPV. Muito dificilmente a pessoa é contaminada com mais de um subtipo ao mesmo tempo. Por isso, mesmo para quem manifestou a doença, a vacina é recomendada para proteger contra novas infecções. É importante ressaltar que a imunização não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais.



O papilomavírus humano é sexualmente transmissível e, inicialmente, pode não apresentar sintomas. Mas deve-se ficar atento aos sintomas quando a imunidade do infectado fica baixa, com a aparição de lesões semelhantes a verrugas. Além disso, a longo prazo, o vírus é responsável pela causa de diferentes tipos de cânceres, tal qual o de colo de útero e de pênis, como também os de garganta e tumores na boca.



Como todas as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), uma das formas de prevenção é o uso de preservativos durante as relações sexuais. Entretanto, o HPV possui outro reforço: a vacina.



Segundo uma estimativa feita pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), é esperado que entre 2023 e 2025, sejam registrados cerca de 15 novos casos a cada 100 mil mulheres por ano deste tipo de câncer, fazendo com que ele se torne o terceiro com maior incidência entre a população feminina. Mas é reforçado que é importante que os homens também se vacinem contra o HPV, uma vez que previne, mesmo que com menor incidência, a aparição de câncer de pênis, além de impedir que seja transmitido para outras pessoas.

Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra, professora do HUJM e especialista em endometriose e infertilidade na Eladium



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