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Opinião
Quarta - 26 de Abril de 2023 às 04:13
Por: Onofre Ribeiro

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Em 2024 serão eleitos os prefeitos e os vereadores em todo o Brasil.

Em Cuiabá as discussões começaram cedo e começaram errado. Alguns nomes saem das sombras e peitam a sociedade como alternativas à disputa do cargo.

Pretensões puramente políticas. Não diria partidárias, porque não existindo partidos políticos, o que está em jogo são projetos de poder de grupos isolados. Mesmo que esses grupos se auto-intitulem partidos políticos.

Cuiabá enfrenta uma gestão questionadíssima com inúmeras crises de eficiência e de credibilidade. Cada quatro anos perdidos multiplicam-se em pelo menos uma década desperdiçada.


Face ao protagonismo crescente de Mato Grosso, quatro anos perdidos será uma eternidade pra capital. Mas este artigo pretende questionar a pressa das candidaturas individuais e solitárias num ambiente de contestação à idoneidade da política. Mas não dá pra avançar no assunto sem compreender o sentido dos partidos políticos e a sua morte no Brasil.

Partidos são grupos que defendem ideias coletivas. O papel dos partidos políticos é representar seus eleitores e promover os interesses de seus membros.

Eles também são responsáveis por criar políticas que sejam benéficas para as pessoas que representam. Os partidos políticos no Brasil entraram em decadência a partir de 1997, pela lei 9.504 que aprovou a reeleição do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

A lei permitiu a coligação ampla e irrestrita de todos os partidos na disputa para todos os cargos eletivos. Começou a vigorar na reeleição de FHC em 1998. Nas eleições seguintes coligar-se passou a ser um negócio muito bom pros dirigentes dos partidos.

Nasceram duas novidades: os partidos passaram a ter donos comerciais nas coligações e abriu pra proliferação desvairada de partidos de aluguel. Mas ao mesmo tempo os grandes partidos abriram mão de sua história anterior pra chegar ao poder através de um mecanismo que ficou conhecido como “presidencialismo de coalizão”.

Desde 2002 até 2018, só presidencialismo de coalizão. Um partido grandes arrastando partidinhos irrelevantes ávidos pelo poder. A eleição de Jair Bolsonaro quebrou, mas voltou em 2022 com a mesma força de antes.

Muito bem. A prefeitura de Cuiabá já entra na disputa dentro desse espírito de poder que postula interesses grupais. Na postulação fica muito claro que o primeira plano é dos interesses dos grupos políticos. Aí o assunto passa a ser projeto de poder político e não projeto da população.

É tão claro tudo isso, que a disputa já prenuncia terremotos dentro dos partidos. Gente ameaçando trocar de partido em busca do poder e outros grupos querendo ganhar a prefeito da capital pra ampliar o seu poder.

Outros pra permanecer no poder ou na sua periferia. O pior de tudo isso é que nas narrativas que defendem o bem comum vencerão e se elegerão figuras completamente descasadas com o interesse da população cuiabana. A menos que haja lampejos de inteligência coletiva...

O horizonte futuro prenuncia uma ampla reforma partidária pra que haja uma reforma eleitoral. Só assim o poder será eleito legitimo aos interesses dos eleitores no Brasil. Até lá, só narrativas...!

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.



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