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Opinião
Quinta - 11 de Maio de 2023 às 06:58
Por: Renato Gomes Nery

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O mundo inteiro assiste extasiado a coroação de Rei Charles III, com todas as ricas pompas e circunstâncias que a ocasião exige. Inúmeros Chefes de Estado, de Governo e abastardados estão presentes nesta ocasião especial. Chama atenção a riqueza da cerimônia, onde a realeza se faz presente, numa ocasião em que ela comprova o seu poder, ante os seus súditos e o mundo inteiro que se curva para reverenciar, a referida monarquia, que ainda sobrevive, apesar do transcurso de tanto tempo

Os utópicos - partidários de sistema(s) político(s) ideal(a) – que pretendem submeter o mundo a um quadrado cartesiano devem estar se incomodando, ante tanta pompa, opulência, ostentação e grandiosidade. Tudo isto acontece neste vale de lagrimas que não consegue se livrar das guerras, das provações e da fome. A Inglaterra vende, como um negócio qualquer, as fantasias, vantagens e exageros da Monarquia, para encher os bolsos de money com o turismo etc. Bem como, para extasiar o consciente e o inconsciente das pessoas que são loucas por espetáculos. Enfim, não se vive sem pão, mas, também, sem circo! Eis aí uma manifesta contradição que ajuda manter de pé um império.

A fleuma e a sabedoria da Monarquia Inglesa foram as responsáveis por não deixar que o seu vasto império se esfacelasse

Entretanto, existe um, porém. Aliás sempre existe um, porém! A Monarquia Inglesa é uma das mais antigas e prósperas do mundo. Foi ela que colonizou meio mundo (EUA, parte do Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Índia, África do Sul etc.) e mantém estreita influência até hoje sobre suas prósperas ex-colônias, através do COMMONWEALTH (Comunidade de Nações) – uma associação política de 56 países - que permite vantagens para todas as partes e ao suserano inglês, ser reverenciado como Chefe de Estado em 14 deles. Foi ela (a Monarquia) quem transferiu a administração do País para a Câmara dos Comuns, evitando que a realeza de se imiscuir e se desgastasse com os problemas administrativos.

A fleuma e a sabedoria da Monarquia Inglesa foram as responsáveis por não deixar que o seu vasto império se esfacelasse, através da Commonwealth. Na Índia o idioma oficial é o inglês que foi adotado porque os seus habitantes não chegaram a um consenso de qual dos idiomas locais deveria prevalecer, o que comprova um certo apreço com o colonizador.


O mesmo não aconteceu com a Colonização Espanhola (praticamente toda e América do Sul e América Central e o México etc.) - que não teve o mesmo tato e não evitou que seus domínios se esfacelassem, em inúmeros países que nunca encontraram uma estabilidade política e econômica e vivem até hoje a procura de um rumo - inclusive o Brasil, cuja colonização portuguesa é uma das suas ramificações.

Enfim, meu caro leitor, antes de fazer uma crítica severa aos exageros da realeza inglesa, é preciso que se analise os seus méritos. E me parece que se somar e subtrair ela sairá vantajosa, sobretudo, pela sua estabilidade, pois este mundo é composto e conduzido por pessoas que dificilmente se enquadram nos rigores e estritos parâmetros de sistemas utópicos concebidos por pensadores bem-intencionados.

Renato Gomes Nery é advogado em Cuiabá



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