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Opinião
Sábado - 20 de Maio de 2023 às 04:05
Por: Alfredo da Mota Menezes

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É enorme a quantidade de vídeos falando em golpe de estado. Logo depois que Bolsonaro perdeu a eleição a coisa pipocou. Depois da posse do Lula, com o que ocorreu no dia oito de janeiro em Brasília, voltou a aumentar os vídeos propondo alterar a regra do jogo democrático.

Falam em greve dos camionheiros, atacam os generais porque não deram o golpe e endeusam os coronéis que supostamente farão isso. Falam até hoje nas urnas fraudadas. Atacam para valer o ministro Alexandre de Moraes.

Que o povo deve ir para a rua pedir o impeachment do Lula. Que o Brasil vai no mesmo caminho da Venezuela e Cuba. Que se deve ir para as ruas para salvar o país. Que Bolsonaro deixou tudo organizado para o golpe, só não vê isso quem não quer.

Agora que apareceram vídeos de membros do antigo governo também em conversas nessa direção a coisa pegou mais ainda. Aumentou a quantidade de vídeos falando que o golpe está bem ali na dobra da esquina. Que o que se fez com Anderson Torres é uma maldade. E lá vão cacetadas no Alexandre de Moraes. E por ai vai a baboseira.


A diferença é abissal entre este momento nacional e mundial com aquele que antecedeu o golpe de 1964. Não se tem aqui nenhuma intenção de justificar a maléfica ação que ocorreu lá atrás, apenas uma viagem num trecho da historia.

Vivia o mundo a chamada Guerra Fria. Uma disputa politica e ideológica feroz entre Washington e Moscou. Capitalismo versus socialismo. As ideias da União Soviética dominavam países como Hungria, Polônia, Checoslováquia, Lituânia, Albânia, Bulgária, Ucrânia. Até a Alemanha foi dividida em Ocidental, capitalista e Oriental, socialista. O Muro de Berlim dividia esta cidade entre os dois blocos.

Na outra banda do mundo, os EUA, com seus parceiros na Europa Ocidental, defendiam o sistema capitalista. Os EUA eram o comandante maior, claro. A coisa veio para a América Latina, principalmente depois que Cuba foi para o lado socialista, ali no quintal norte americano.

Os soviéticos estavam colocando misseis em Cuba voltados para os EUA no governo John Kenedy. Rússia concorda retirar os mísseis se os EUA não invadissem Cuba, veio um acordo em 1962 que garantia isso.

A partir daí, os EUA usam todos os meios contra governos mais à esquerda na América Latina. Vieram as ditaduras militares, com total apoio norte americano, no Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Peru, Equador, Guatemala, Nicarágua, El Salvador, Honduras, Panamá. Só não teve ditadura militar no México, Colômbia, Costa Rica e Venezuela.

Hoje, qual o clima politico e ideológico que se tem nesta banda do mundo para ter um golpe militar no Brasil? O que fariam para impedir as conversas na mídia social? Contaria com qual apoio mundial ou regional? A ditadura no Brasil seria com militares no governo ou buscariam Bolsonaro de volta?

Se acontecesse um fato desses, o Brasil seria um pária no mundo e até afetaria o comércio e a economia. O que atrapalharia mais ainda a tal ditadura militar. Acorda, gente.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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