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Opinião
Domingo - 04 de Junho de 2023 às 04:28
Por: Flávio Henrique Stringueta

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O que é racismo?

E homofobia?

Racismo nós sabemos o que é. É você deixar de fazer, ou fazer algo, com alguém em virtude de sua raça. Branco, pardo, japonês, asiático, índio, preto, africano, alemão, judeu etc.

São infinitas as raças, mas hoje praticamente só estamos focando em uma: preto.


E homofobia? Se for para levar ao pé da letra, é medo de pessoas homossexuais. Porém, na prática, segundo a lei que criou o crime respectivo, homofobia é qualquer prática que atente contra pessoas não héteras.

Voltemos ao primeiro tema.

Temos que diferenciar racismo de injúria racial. Esta é você agredir alguém com palavras referentes à sua raça. Também está muito na moda. Vejamos o caso Vini Júnior.

Na minha época de adolescência, nós suportávamos coisas que hoje se considera bullyng, racismo, injúria, politicamente incorreto. Falar a respeito é entrar numa senda minada. Mas vamos lá. Não tenho medo dessas sendas.

Eu suportei diversos bullyngs na minha adolescência. E os pratiquei também. Era uma questão de autoafirmação. Hoje é agressão. Nós nos virávamos. E aguentávamos. E não falávamos com nossos pais, pois era assim que as coisas eram. E nunca ouvi que alguem tivesse morrido ou se matado por isso. Hoje sim. E por que?

Não vou entrar na área da psicologia e psiquiatria, não sei nada disso, mas posso dizer que estamos numa era de pessoas fragilizadas, que foram e estão sendo protegidas demais, que não podem ser agredidas ou ofendidas por nada, pois trincam e nunca mais serão as mesmas. É a chamada geração cristal.

Temos que lembrar e saber que nunca seremos os mesmos nunca. Daqui a alguns segundos, minutos, horas, dias, semanas etc., seremos outra pessoa. Estamos em constante mutação. O que nós seremos daqui a pouco só depende de como assimilamos o que acontece agora. O que eu sou hoje é fruto do que me aconteceu a vida inteira.

Um dia, meu filho veio até mim dizendo que não estava gostando da escola porque os "amiguinhos" o chamavam de gordinho. Fiquei incomodado, claro, como qualquer pai ficaria. Mas respondi a ele: emagrece. Isso mesmo. Não quis compadecer junto com ele, não quis ir á escola e denunciar bullyng, isso provocaria até a exposição dele. Portanto, mude, ainda que não dê para mudar sua forma física. Mude a forma como encare as coisas que te ofendem. Ele ainda é gordo. E terá qje aprender a aceitar isso.

O que acontece com o Vini Júnior, na minha visão, não é tão ofensivo quanto querem que seja. No mundo esportivo, isso faz parte do jogo. Agredir, ofender, desmoralizar, para ver se o agredido, ofendido, desmoralizado se desestruture e deixe de produzir o que ele produz. É assim. Ele tem que administrar isso.

Como eu disse, faz parte do jogo. Se não consegue administrar, não faz jus ao que ganha e ao que é na visão dos seus fãs: um herói. Os melhores sabem fazer da adversidade algo positivo. Sabem devolver assimilar e devolver a agressão sem se abalar. Sabem fazer do limão uma limonada. Ou uma caipirinha.

Certa vez, jogaram uma banana para um jogador preto que, ao invés de se mostrar aborrecido, agradeceu e a comeu. Nunca mais o incomodaram.

Na minha opinião, é muito MI MI MI. E estamos produzindo um monte de MI MI MIS.

Voltando agora à homofobia.

Vocês não sabem, ou até sabem, hoje existe o crime de homofobia mas não existe o de pedofilia. Isso mesmo. Certamente, e obviamente, porque as vítimas de supostas agressões homofóbicas são mais barulhentas que as reais vítimas de pedofilia. Chamar hoje um viado de viado é tão grave quanto fazer sexo com uma criança de tenra idade, pelo menos aos olhos da lei e da justiça. Que mundo é esse. " Que país é esse?", como dizia Renato Russo.

Chamar um preto de preto deveria ser tão ofensivo quanto chamar um branco de branco, um japonês de japonês etc. Porém, hoje estamos vendo um processo de vitimização que me preocupa muito. A gravidade está na imposição de regras de conduta. Os costumes não são mudados de uma hora para a outra. Leva anos, até décadas. Não se impõem costumes. Eles são inseridos aos poucos nas atitudes das pessoas, da sociedade. Tudo que é imposto, desagrada. E o efeito pode ser mais prejudicial.

O que nos leva a esse monte de MI MI MIS é considerar que as chamadas "minorias" têm que ser protegidas. Será que isso é bom para as "minorias"? E será que são "minorias" mesmo?

A população não branca no nosso país é bem maior que a branca. Quem sabe se a população não hétera também não é? Tantos estão escondidos que nem saberemos. Isso poderia nos levar ao ponto um dia de que o brando hétero será a minoria, se é que já não chegamos. E não temos que ser protegidos. Temos que aprender a conviver com as diferenças, ainda que eu saia machucado em uma ou outra ocasião.

Tempos difíceis fazem homens fortes. Homens fortes fazem tempos fáceis. Tempos fáceis fazem homens fracos. (autor desconhecido).

Quando nós, homens fortes, formos embora, quem irá proteger os que deixaremos?

Deus os proteja.

Flávio Henrique Stringueta é Delegado de Polícia Civil de Mato Grosso



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