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Opinião
Sexta - 29 de Setembro de 2023 às 04:19
Por: Fernanda Branco

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Ter uma alimentação adequada no pré e pós-operatório, tem tudo a ver com o sucesso da cirurgia bariátrica. Como efeitos colaterais da cirurgia podemos destacar as deficiências nutricionais, como a desnutrição e o déficit de alguns micronutrientes, a exemplo da vitamina B12.

Também conhecida como cianocobalamina, é uma vitamina muito importante para o nosso organismo, pois ela está envolvida na formação das nossas células sanguíneas e na também atua diretamente sobre o sistema nervoso, ajudando na formação dos neurônios.

A deficiência de vitamina B12 é comum após a cirurgia bariátrica. Essa deficiência pode resultar em anemia que leva a fraqueza, desânimo e fadiga. Além disso, podem ocorrer estomatite (aftas), sensação de ardência na língua, formigamentos, fraqueza nas pernas, câimbras, depressão, falha de memória, até mesmo quadros mais graves de déficit motores e demências em casos mais avançados e não tratados.

Pessoas com absorção inadequada por disbiose, após cirurgia bariátrica, doenças inflamatórias intestinais, gastrite atrófica, HIV positivo, dentre outras situações, podem predispor a deficiência de vitamina B12 e devem receber suplementação profilática. Para isso, é importante o acompanhamento especializado, que pode ser realizado através de consultas com um nutricionista.

A vitamina B12, também chamada de cobalamina, é essencial para o bom funcionamento do organismo. Ela é produzida por bactérias intestinais, mas o corpo não consegue absorvê-la dessa forma. Isso porque a microbiota a produz fora do local de absorção, sendo necessário o seu consumo por meio da alimentação.

Outra característica é que esta vitamina é hidrossolúvel, ou seja, solúvel em água. Por esse motivo, depende do fator intrínseco, uma proteína fabricada no estômago, e da acidez gástrica.

Ela está envolvida em processos como a formação das células sanguíneas, metabolismo proteico e manutenção do sistema nervoso, auxiliando na formação dos neurônios. Na prática, algumas funções são:

– Evitar a anemia, pois a cobalamina ajuda na produção dos glóbulos vermelhos do sangue;

– Reduzir a sensação de fadiga, já que a vitamina B12 participa da síntese da glicose, substância transformada em energia para o organismo;

– Proteger os neurônios, atuando na redução dos riscos de depressão e evitando o surgimento de demências, confusão mental e falta de concentração;

– Evitar a sensação de formigamento das extremidades, pois é fundamental para a preservação da bainha de mielina, substância que protege e envolve os nervos e auxilia na velocidade da transmissão dos comandos enviados do cérebro para o resto do corpo.

Em quais alimentos ela pode ser encontrada?

Os alimentos ricos em vitamina B12 são especialmente os de origem animal, como peixes, carnes, ovos e laticínios. Ela não está presente em alimentos de origem vegetal, a não ser que os mesmos sejam enriquecidos com ela.

A indústria adiciona artificialmente esta vitamina em itens como soja, carne de soja e cereais matinais. Ou seja, os veganos devem estar atentos ao seu consumo com alimentos fortificados ou suplementos.

Vale frisar que a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda o consumo diário de 2,4 microgramas (mcg) de cobalamina para pessoas adultas. Por exemplo, 1 ovo cozido conta com cerca de 1 mcg de vitamina B12.

Fernanda Branco é nutricionista na Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, em Várzea Grande (MT), e no Instituto de Gastro e Proctologia Avançada (IGPA), em Cuiabá.



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