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Opinião
Quarta - 14 de Fevereiro de 2024 às 00:29
Por: Francisney Liberato

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Ter eficiência na hora de planejar, organizar e utilizar as receitas é de suma importância para uma boa e regular educação financeira. Para isso, é necessário estudar os gastos indispensáveis para ter uma vida de acordo com o que desejamos.

Na contabilidade, aprendi que devemos lançar todos os bens, direito, obrigações, receitas e despesas no sistema contábil. Qual é a finalidade disso? É termos uma contabilidade real e correta, não criativa, fraudulenta ou manipuladora.

Duvido que você investiria em uma empresa que não apresentasse os seus balanços e demonstrações contábeis de forma correta. Deve haver transparência sobre todos os atos e fatos contábeis, ou seja, sobre tudo o que acabei de mencionar.

Além da transparência, é necessário avaliar os nossos custos, despesas e investimentos pelos custos versus benefícios. Será que realmente tudo o que estou gastando na minha vida vale a pena? É possível economizar? Posso reordenar as minhas despesas para outras áreas da minha vida? Por que gasto o que gasto? Isso é uma avaliação entre os custos disso para sua vida, em comparação com os benefícios que isso lhe proporciona. Em outras palavras, gastar com diversas assinaturas de aplicativos de streaming ou ir ao cinema uma vez por mês?



É necessário avaliar os nossos custos, despesas e investimentos pelos custos versus benefícios

Quando se fala em custo, é o dispêndio utilizado para formar um produto. As despesas estão relacionadas à manutenção administrativa. Já os investimentos, são aplicações e aquisições de bens. E o que significa gastos? É o nome genérico para as espécies: custos, despesas e investimentos. Em suma: são saídas de recursos do seu patrimônio.

A ideia teórica aplicada em uma determinada empresa vale também para a vida pessoal. Utilizando-se desse rigor, é bem provável que você terá mais sucesso na sua saúde financeira.

A você, empresário ou autônomo, cuidado para não misturar as suas receitas, despesas e patrimônio da entidade ou da sua atividade com as receitas, despesas e patrimônio da sua vida particular. Na contabilidade, dá-se o nome de princípio da entidade, ou seja, é necessário diferenciar o patrimônio particular no universo do patrimônio da empresa ou da atividade laboral autônoma, independentemente de pertencer à mesma pessoa.

Partindo dessa premissa, o que recomendo a você para que tenha uma excelente saúde financeira é levantar todo o seu patrimônio, receitas e despesas. Feito isso, deve-se separar o que é da sua empresa ou da atividade laboral da sua vida pessoal e particular.

Fazendo isso, agora, com o foco na gestão financeira pessoal, é indispensável que anotemos todas as receitas: salário, bonificações, 13º salário, férias, seguro-desemprego, freelance, recursos extras etc. Também que avaliemos e reavaliemos todos os nossos gastos, isto é, custos, despesas e investimentos. Se possível, separá-los por grupos de despesas.

Vamos lá! Pense na sua vida: passado, presente e futuro. O quanto preciso gastar para gozar de uma vida legal para mim e para minha família? Quais gastos são necessários? O que é possível cortar de gastos? É possível ampliar os meus gastos? Entendeu a dinâmica?! Qual é a sua visão dos 360º dos seus gastos?

Vou indicar alguns gastos necessários pensando em toda a nossa vida. As categorias são flexíveis a depender da sua necessidade e familiaridade:

– Contas da casa: aluguel, condomínio, água, energia, telefone, internet, material de limpeza etc.;

– Alimentação: comidas e bebidas, fast food;

– Farmácia: remédios e suplementos;

– Transporte: valor das passagens de ônibus, combustível;

– Educação e qualidade de vida: faculdade, escola, aula de inglês, academia, aula de judô etc.;

– Assinaturas mensais: Sky, Net TV, plataformas de streaming como Netflix, Prime Vídeo, HBO Max, Spotify e outros.

– Lazer: passeios, viagens, shopping, parques, teatro, filme;

– Despesas pessoais: lanche na rua, material de consumo etc.;

– Vestuário e beleza: roupas, acessórios, maquiagem, cosméticos, salão de beleza etc.;

– Saúde: plano de saúde e odontológico;

– Impostos: IPTU, IPVA e outros;

– Eletrônicos: celulares, tablets, caixas de som, instrumentos musicais etc.;

– Produtos para pets: caminha, casinha, roupas, brinquedos, petiscos etc.;

– Dívidas: parcelamentos, consignação etc.;

– Investimentos: aplicação em renda fixa e variável, imóvel etc.;

– Doação: sempre é importante ajudar o próximo;

– Futuro: plano privado de aposentadoria, mensalidade para serviços funerários e de cemitério.

Chamo a atenção para o grupo de gastos do “Futuro”, pois muitos não dão a devida importância a isso, e quando chega lá, as necessidades aparecem e os recursos são inexistentes. Qual é a consequência disso? Não ter acesso a esses recursos, gastar mais do que pode, tomar dinheiro emprestado e assim sucessivamente.

Há vários métodos para dividir as suas despesas fixas e variáveis. A ideia é visualizar de forma geral como estamos usufruindo os nossos recursos. Vou apresentar um método conhecido e útil para nossa vida.

Método 50-30-20: subdividir os nossos gastos nos percentuais informados, sendo 50% para as despesas fixas e essenciais; 30% para despesas variáveis, gastos que não são necessários e 20% para reserva financeira e projetos, ou seja, o dinheiro que você irá poupar.

Por que precisamos categorizar os gastos? Porque é necessário entender melhor esse processo, organizar, controlar e gerenciar melhor os recursos da nossa vida.

Tenha a visão 360º da sua vida financeira!

Francisney Liberato é auditor do Tribunal de Contas



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