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Opinião
Quarta - 21 de Fevereiro de 2024 às 00:21
Por: Laerte Basso

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O sangramento uterino anormal (SUA) é uma das queixas ginecológicas mais comuns em mulheres em idade reprodutiva. O termo refere-se a qualquer padrão de sangramento que pode ser considerado anormal para uma mulher durante o período menstrual.


O SUA refere-se a qualquer padrão de sangramento menstrual que difere do normal, em termos de duração, volume, frequência ou regularidade. Esse sangramento não apenas se limita ao período menstrual, mas a qualquer sangramento vaginal que ocorra fora do padrão regular.2

Os principais sintomas são menstruação que dura mais de 7 dias, sangramentos entre os períodos menstruais, menstruações com intervalos de menos de 24 dias ou mais de 38, sangramento após a menopausa e a menstruação extremamente intensa, onde a troca de absorvente torna-se necessária a cada hora.

As causas do sangramento uterino anormal podem ser divididas em estruturais ou não estruturais, de acordo com o sistema PALM-COEIN. As causas estruturais são aquelas que afetam o útero ou o endométrio, como pólipos, miomas, adenomiose, hiperplasia ou câncer. As causas não estruturais são aquelas que envolvem fatores hormonais, coagulatórios, medicamentosos ou desconhecidos, como disfunção ovulatória, coagulopatia, uso de anticoncepcionais ou endometrite.

Para determinar se o sangramento anormal está sendo causado pela condição, a ginecologista pode solicitar os seguintes exames:

- História clínica: perguntas sobre a menstruação, histórico familiar e outros sintomas potencialmente relacionados.

- Exame pélvico: avaliação do sistema reprodutivo.

- Ultrassonografia: para visualizar o útero, ovários e pelve.

- Biópsia endometrial: coleta de uma amostra do revestimento do útero.

- Histeroscopia: procedimento que utiliza uma câmera fina para examinar o interior do útero.

Tratamento

A abordagem terapêutica varia conforme a causa do SUA:

- DIU com liberação de levonorgestrel: libera um hormônio que pode reduzir ou até eliminar o sangramento anormal.

- Pílulas anticoncepcionais: podem ajudar a regular o ciclo menstrual.

- Procedimentos cirúrgicos: como a ablação endometrial, que destrói o revestimento do útero para tratar sangramento intenso.

- Histerectomia: remoção cirúrgica do útero, usada em situações mais graves.

O SUA é uma condição que pode afetar significativamente a sua qualidade de vida. A compreensão das causas e tratamentos disponíveis é fundamental para garantir o cuidado adequado, por isso, fale com quem cuida da sua saúde reprodutiva.

Dr. Laerte Basso é ginecologista e obstetra, membro da Sociedade Brasileira de Endometriose e da Sociedade Européia de Endometriose e Doenças do Útero, e integra a equipe multidisciplinar do Instituto Eladium, em Cuiabá (MT)



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