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Opinião
Quarta - 15 de Dezembro de 2010 às 02:07
Por: João Francisco Salomão

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Solucionar os gargalos da infraestrutura de transportes e logística, evitando que sua precariedade limite o crescimento econômico, será um dos desafios prioritários da presidente Dilma Rousseff. Grande contribuição para o sucesso dessa empreitada é o Projeto Norte Competitivo, realizado sob os auspícios da CNI, no âmbito da Ação Pró-Amazônia, que engloba as federações das indústrias dos nove Estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). 

O estudo acaba de ser apresentado em primeira mão na Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac). Trata-se da implantação de moderna infraestrutura, englobando os modais ferroviário, hidroviário, rodoviário e portuário. O projeto, cuja efetivação viabilizará maior eficiência e redução dos custos de logística, indica nove eixos de integração e as obras necessárias, constituindo-se em iniciativa fundamental para a expansão do nível de atividade na região e até mesmo nos países vizinhos.

Foram mapeadas as 16 principais cadeias produtivas da Amazônia Legal, responsáveis por 95% da produção e 98% das exportações da região, incluindo projeção até 2020. Constatou-se que, hoje, já há um estrangulamento nos transportes, que irá agravar-se paulatinamente caso não se realizem os investimentos na modernização e ampliação da infraestrutura. São necessárias 151 obras, 112 em eixos no Brasil e 39, internacionais. Para realizar todos esses empreendimentos são necessários R$ 51,8 bilhões, dos quais R$ 45,8 bilhões em território nacional. No curto prazo, elegeram-se 34 projetos prioritários, orçados em R$ 6,8 bilhões.

Para viabilizar os investimentos será constituída força-tarefa, centralizada na atuação conjunta das federações das indústrias, para que o Norte Competitivo saia do papel. Os benefícios serão muitos, não só para a Amazônia, como para todo o Brasil, considerando-se o desenvolvimento econômico, aumento da eficiência das cadeias de suprimentos e exportações, impacto social, integração regional, criação de empregos e recolhimento de tributos.

Haverá, ainda, significativo ganho ambiental, pois a eficiência do sistema e a maior utilização de modais de transportes menos poluentes reduzirão a emissão de gases de efeito estufa.  A relação do monóxido de carbono expelido é de um para hidrovia, 10 para ferrovia e 50 para rodovia. Como a movimentação de cargas na Amazônia realiza-se em grande parte por rodovias precárias, o aprimoramento terá reflexos positivos.

Além das federações das indústrias, será decisivo o engajamento dos governos estaduais e da União. Não há dúvida de que o projeto despertará o interesse do capital privado, que poderá realizar aportes diretos de recursos ou por meio de parcerias público-privadas. Obviamente, também será importante o investimento direto do setor público nessas obras, que mudarão o perfil da logística e dos transportes no País.


*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre — FIEAC (salomao@fieac.org.br).



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