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Agronegócios
Quinta - 03 de Março de 2011 às 11:46
Por: Rosana Persona

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Vinte Unidades Demonstrativas (UDs) de feijoeiro comum para a agricultura familiar são instaladas no Estado. O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Valter Martins de Almeida, visitou 13 municípios e disponibilizou para a semeadura 15 cultivares de feijão dos grupos comerciais carioca, preto, roxo, mulatinho e manteigão. O objetivo do trabalho é a recomendação de novas cultivares e a transferência de tecnologia. As UDs estarão prontas ainda no início de março.

Os produtores rurais dos municípios de Chapada dos Guimarães, Lucas do Rio Verde, Acorizal, Nobres, Rosário Oeste, Nova Mutum, Guarantã do Norte, Colíder, Paranaíta, Apiacás, Juína, Aripuanã e Colniza receberam a visita do pesquisador que coletou amostras do solo para fazer a análise e verificar a fertilidade da terra. Conforme Martins, as cultivares são oriundas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Cada produtor vai plantar de dois a cinco mil metros quadrados e receberão até oito quilos de sementes.

Este é um trabalho de integração da área da pesquisa e da extensão rural com a finalidade de aumentar a produtividade da cultura do feijoeiro, diminuir o custo de produção e aumentar a área plantada. Almeida salienta que a intenção é auxiliar o produtor a fim de produzir um feijão de qualidade para subsistência e comercialização do excedente, incentivando a utilização de boas práticas agrícolas na recuperação da fertilidade dos solos já cultivados e manejo da cultura.

Foram disponibilizadas cinco variedades de feijão do grupo carioca, cinco do preto, um do roxo, manteigão, mulatinho e dois tipos exportação. Segundo o pesquisador é imprescindível que o produtor avalie os resultados da produção do feijão, acompanhando na lavoura a produtividade, qualidade culinária, resistência às doenças, arquitetura de plantas, ciclo vegetativo, época de semeadura e outros. “É importante verificar as variedades de feijão que melhor se ajustam em solo de menor fertilidade e em locais de temperaturas mais elevadas”, ressalta Martins.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2009), a agricultura familiar participa com 15% da produção de feijão no Estado de Mato Grosso, produzindo em torno de dez mil toneladas. A cultura do feijoeiro no Estado ocupa uma área de 50 mil hectares, com uma produção de 79 mil toneladas e produtividade média de 1.600 quilos por hectare. As Unidades em implantação estão no sistema de cultivo do feijão da seca. Mais informações poderão ser obtidas junto aos extensionistas locais da Empaer dos municípios citados.

PESQUISA

A doutora em fertilidade do solo da Empaer, Maria Luiza Perez Villar, comenta que já testam seis variedades de feijão, no Centro de Pesquisa da Empaer, no município de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá). Ela esclarece que a cultura do feijoeiro é conhecida como empobrecedora do solo e exige maior quantidade de nutrientes disponíveis a partir de 40 dias após a germinação. Plantas com boa fertilidade podem aumentar a produtividade, com isso, os pequenos produtores poderão utilizar variedades mais rústicas com baixa aplicação de fertilizantes no solo.

Assim, para evitar limitações no crescimento e produção, como deficiência e excesso, há dois enfoques principais: adaptar a planta ao solo e adaptar o solo à planta. Foi escolhido um solo com problema em fertilidade para elevar os níveis e realizar os testes. O plantio das variedades foi feito em fevereiro e serão selecionadas as mais produtivas.

Conforme a doutora Maria Luiza, o objetivo é adequar tecnologias para fortalecer os diversos sistemas de produção para a cadeia produtiva do feijão no Estado e assim obter a capacidade produtiva máxima desses cultivares, menos exigentes em termos nutricionais, com menor custo de produção. Na pesquisa serão estudados genótipos e a interação com o meio ambiente como: temperatura, precipitação, fotoperíodo, radiação solar, pH do solo, tipo de solo, fertilidade, textura, matéria orgância, altitudes e outros. Em dois anos de pesquisa, novas variedades serão recomendadas para os pequenos e médios produtores.






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