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Policia MT
Quarta - 23 de Fevereiro de 2011 às 07:06
Por: Alline Marques

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“Eles não são dignos de conviver em sociedade”, declarou a promotora da Vara de Violência Doméstica de Várzea Grande, Sasenazy Daufenbach, durante o julgamento do casal acusado de abusar sexualmente e queimar a genitália de uma criança de um ano e 11 meses. Ela pediu a condenação do padrasto Marcondes Dias Moura e da mãe Azenil de Oliveira pelos crimes de estupro de vulnerável, lesão corporal e tentativa de homicídio.

O caso chocou a sociedade devido à crueldade do casal, principalmente, pela omissão da mãe diante do fato. Marcondes teria violentado a criança por duas vezes e, para esconder o crime, queimou a genitália da menina com uma sacola quente, conforme confirmou Azeni no depoimento em juízo nesta terça-feira (22), no Fórum de Várzea Grande.

A promotora chamou a atenção para a frieza dos acusados durante o julgamento e lembrou que a mão da criança não “derramou uma lágrima sequer, ao menos para demonstrar arrependimento”.

Sasenazy ainda questionou Azeni se ela amava a filha e se seria capaz de morrer pela criança, a acusada confirmou que sim. No entanto, ao ser questionado o motivo pelo qual se omitiu diante dos abusos cometidos pelo marido, a mulher apenas disse estar sendo ameaçada. “Oras se ela disse ser capaz de morrer pela filha, porque então permitiu esta situação?”, perguntou a promotora, sem obter resposta da ré.

A mãe negou socorro à filha e apesar da gravidade do ferimento da criança não procurou ajuda médica. Ela confirmou o fato, mas alegou estar sendo coagida pelo marido. Apesar da insistência do avô paterno em ver a criança, Azeni evitou que visitasse a menina por pelo menos 15 dias.

Somente quando o avô conseguiu pegar a menina para passar o fim de semana é percebeu um mau cheiro e ao retirar a fralda constatou o ferimento na região vaginal e a levou ao Pronto-Socorro de Cuiabá. A criança também tinha queimadura no pé, a qual a mãe alega ter sido no escapamento da moto.

A genitália da criança já estava necrosada e em função da penetração ocorreu a obstrução intestinal. Devido à crueldade, a menina que já vai fazer 4 anos está com uma bolsa de colostomia (procedimento cirúrgico, no qual se uma faz abertura no abdome para a drenagem fecal) e ainda usa fralda. Ela ainda terá de passar por uma nova cirurgia para reconstrução do canal, porém ficará com sequelas permanentes.

Além disso, a criança quando foi socorrido estava desnutrida, pois havia uma semana que não se alimentava. O padrasto alegou ser inocente e vítima de uma armação da família do pai da criança, que estaria querendo incriminá-lo. Ele também acusou Azeni de tê-lo denunciado por com ciúme, já que suspeitava que estivesse sendo traída.

A promotora fez questão de alertar o júri de que não há dúvida sobre a culpa do casal no caso e lembrou que a mãe deve responder pelos mesmos crimes do padrasto por ter sido omissa. Ela ainda pediu uma reflexão por parte do jurado antes de proferir o voto, solicitando que fechassem os olhos e tentassem imaginar tudo que a criança havia sofrido, colocando-a no lugar de seus filhos, sobrinhos ou alguma criança próxima.

O julgamento do casal teve início às 9h e até o momento não há previsão para término. A defesa terminou há pouco a explanação e a promotora pediu o direito de réplica. Os advogados também de"verão utilizar do tempo da tréplica. Em seguida, o júri se reúne para votar e somente depois será dada a sentença pela juíza Maria Erotides Kneip da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande.






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