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Terça - 15 de Fevereiro de 2011 às 12:16
Por: João Bosquo

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A chegada da ferrovia em um munícipio, a construção dos terminais de embarque ou transbordo e instalação e implantação de indústrias, como aconteceu em Alto Taquari, Alto Araguaia e brevemente em Itiquira – onde o governador Silval Barbosa fará o lançamento das obras de construção de embarque da América Latina Logística (ALL) no próximo sábado (19.02) – provoca transformações econômica, social e obriga uma mudança na gestão pública, que precisa atender as novas demandas em infraestrutura e suprir o aumento de outras, como educação e saúde.

O caso de Alto Taquari (479 km ao sul de Cuiabá), primeira cidade a receber os trilhos da ferrovia depois da divisão do Estado de Mato Grosso, que tinha aptidão estritamente agrícola, é exemplar. A administração pública se viu obrigada a investir numa nova visão de administrar a cidade, segundo o prefeito municipal Maurício Joel de Sá.

A primeira impressão, segundo o prefeito, é imaginar que a ferrovia iria impactar diretamente a agricultura, principalmente com melhoria de preços das commodities, mas o que se viu não é bem isso. De início a ferrovia beneficia os grandes transportadores e nisso os produtores foram pegos de surpresas, segundo o prefeito. “A ferrovia o que ela traz é o desenvolvimento. E com o desenvolvimento vem o crescimento da cidade. O aumento dos problemas, como também o aumento da renda.”

Como que se deu esse aumento da arrecadação? O prefeito lembra que o município tinha produção de soja de uma área de 90 mil hectares, de repente, “Alto Taquari passou a trabalhar com a produção de soja do Estado inteiro, e a receber na divisão fiscal pelo transporte e como a ferrovia transporta grandes volumes de mercadoria, isso atrai grandes empresas. Esse realmente é o grande “boom” da ferrovia, que é o de trazer grandes empresas para uma cidade de pequeno porte. Como uma cidade de pequeno porte não tem infraestrutura, as grandes empresas também investem na estrutura do munícipio”, conta o prefeito.

Mas com o transcorrer do tempo, com o avanço da ferrovia, esse progresso muda de lugar. O progresso que ela promove está em Alto Araguaia, que hoje é o terminal de maior movimento e “daqui a pouco vai mudar para Itiquira e levar o progresso para essa cidade”. O prefeito diz que o impacto de “partida” da ferrovia é muito grande e pode quebrar uma cidade se ela não se preparar para isso. Alto Taquari não sentiu esse impacto porque grandes empresas como a Petrobrás, que construiu um moderno terminal petrolífero que distribui petróleo para o Centro-Oeste, e a Cosan (Esso/Shell) para distribuição para todo o Brasil até exterior do etanol produzido no munícipio pela ETH Bioenergia, que escolheu Alto Taquari por conta da logística e pela ação do Governo do Estado através dos incentivos fiscais.

O prefeito Maurício de Sá explica que são essas empresas que não deixaram a arrecadação do município cair. "Essa participação do Governo do Estado, na atração desses investimentos, que fixam a população na cidade, é de extrema importância", avisa o prefeito Maurício Joel de Sá.






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