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Politica MT
Quinta - 27 de Janeiro de 2011 às 13:38
Por: Ramom Monteagudo

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Secom - MT / Divulgação
Os diretores do Dnit, Luiz Pagot e Nilton de Britto; no detalhe, o empresário Luis Carlos Félix
Os diretores do Dnit, Luiz Pagot e Nilton de Britto; no detalhe, o empresário Luis Carlos Félix

O empresário Luis Francisco Félix, o Kaxito, acusou hoje o diretor-geral do DNIT (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte), Luiz Antônio Pagot, e o superintendente da autarquia em Mato Grosso, Nilton de Britto, de arquitetarem um "esquema" contra a sua construtora, a Conspav Pavimentação Ltda., responsável pelas obras do Rodoanel em Cuiabá.

Segundo ele, Pagot e Britto querem cancelar o contrato com a Conspav e repassá-las a uma empreiteira "do esquema" do Dnit. "Eles querer licitar a obra novamente e dar para um de seus comparsas. Há uns dois anos, inclusive, eu fui chamado pelo próprio Pagot, em seu gabinete no Dnit, para conversar sobre a liberação de recursos para o Rodoanel. Na ocasião, ele pediu para eu pagar uma dívida de R$ 600 mil de seu irmão, José Carlos Pagot, em algumas factorings de Cuiabá. É óbvio que eu não aceitei. Aliás, nunca aceitei entrar em esquemas", afirmou.

O empresário afirma que o próprio Dnit pode confirmar o registro da audiência.

Em seguida ao encontro com Pagot, Kaxito afirma que foi procurado pelo engenheiro Rui Barbosa Egual, então superintendente do Dnit em Mato Grosso. "Ele pediu para eu passar todas as obras correntes e de drenagem, bueiros, viadutos e pontes para o Nilton de Britto, que é dono da Engeponte Construções. Não tenho dúvidas de que Pagot e Britto querem as obras do Rodoanel", afirmou.

Em consulta à Junta Comercial de Mato Grosso, a reportagem confirmou que Britto é sócio-majoritário da Engeponte, com 95% de suas cotas.

Falhas na medição

A Conspav, até o momento, recebeu R$ 19 milhões pelas obras e executou 17% do contrato, cujo valor total é de R$ 45 milhões. O Rodoanel terá extensão de 39,6 quilômetros. O superintendente do Dnit em Mato Grosso está hoje em Brasília para formalizar a constatação de problemas relacionados à medição da obra.

De acordo com o dono da Conspav, o convênio entre o Dnit e a Prefeitura de Cuiabá foi cancelado em dezembro passado. "Agora, eles vão fazer a prestação de contas não andar com o objetivo de cancelar o contrato, alegando problemas técnicos ou fraudes. Agora eu pergunto, como se cancela um contrato assim, se eles ainda me devem? Quero que eles provem essas fraudes", afirmou.

Sobre as irregularidades na medição da obra, já anunciadas à imprensa nesta semana por Nilton de Britto, Kaxito afirma que houve falha da Prefeitura de Cuiabá nas medições. Mais: diz que os engenheiros da Secretaria Municipal de Infra-Estrutura foram "induzidos" a erro.

"Além de executar as obras, a Conspav assumiu a responsabilidade de obter as licenças ambientais junto à Sema, Ibama e Iphan, e desenvolver 21 programas ambientais. Isso tudo eu banquei com recursos próprios. Acontece que, na hora de fazer essa ‘medição ambiental", o Dnit não aceitou, pois disse que era um projeto à parte. Eu fiquei sabendo, em seguida, que o Dnit sugeriu à prefeitura que aumentasse a medição relacionada ao asfalto para compensar o valor que foi gasto com a questão ambiental, coisa que deve ter sido feita", afirmou.

Em sua opinião, faltou competência e capacidade técnica da prefeitura de Cuiabá na realização da medição. "Inclusive o ex-secretário Euclides dos Santos (Infra-estrutura) sugeriu que eu fizesse mais asfalto para poder receber o valor gasto com a questão do meio ambiente. Eu não aceitei", afirmou.

Auditoria da FGV

O dono da Conspav se disse "absolutamente" tranqüilo em relação às medições. "Fiz as medições de todos os serviços de modo correto, inclusive com a assinatura dos engenheiros fiscais da prefeitura e do Dnit. Tenho convicção de que minha medição está correta, ou alguém acha que eu iria medir asfalto em local que vai passar viaduto?", afirmou.

Ele também disse que sua obrigação foi executar a obra respeitando o contrato e as normas técnicas. "Não tenho nada a ver com a relação entre a prefeitura e o Dnit. Estou tranqüilo em relação a qualquer perícia. Inclusive estou contratando uma entidade externa, possivelmente a Fundação Getúlio Vargas, para auditar a obra", disse

O empresário afirmou ainda que aguardará os desdobramentos do caso e admite acionar o Dnit e a prefeitura de Cuiabá judicialmente. "Eu espero que façam uma auditoria completa na obra, pois não vou abrir mão dos meus direitos ou deixarem denegrir minha imagem.

Por conta de complicações nas obras da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Tijucal, em Cuiabá, e do próprio Rodoanel, Luiz Carlos Félix afirma que foi obrigado a fazer diversos empréstimos bancários. "Estou devendo R$ 21 milhões. Mas já acertei 90% das pendências da Conspav com fornecedores", afirmou.

Ele alegou que ainda tem R$ 3 milhões para receber pelo que já foi executado no Rodoanel. "Hoje, com a correção do INCC (Índice Nacional da Construção Civil), o valor dessa obra já está em R$ 80 milhões", disse.

Outro lado

A reportagem tentou entrar em contato com Pagot e Britto através de seus telefones celulares e deixou recados em suas caixas de mensagem. Até a edição desta reportagem as ligações não foram retornadas.






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