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Repórter News - reporternews.com.br
Agronegócios
Quinta - 27 de Janeiro de 2011 às 13:07

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O produtor rural gaúcho Eraí Maggi Scheffer, conhecido nos últimos anos o título de maior produtor individual de soja do mundo, também consolidou-se no Brasil este ano como “rei do algodão” . Na safra 2010/11, cujo plantio termina neste mês, o empresário deverá cultivar uma área de 105 mil hectares da pluma em Mato Grosso, a maior já ocupada por um único produtor no país.

Apensar do título ostentoso e do respeito conquistado no meio produtivo brasileiro e internacional, Eraí prefere destacar os benefícios que o cultivo de algodão oferece para os trabalhadores envolvidos e também para as regiões onde o algodão está presente.

“Eu deixo o marketing e a vaidade de lado e prefiro salientar o ponto de vista social e econômico. Embora o investimento seja altíssimo, o algodão gera quatro vezes mais empregos do que a soja. Isso significa que a atividade gera um grande benefício econômico e social para milhares de famílias envolvidas”, afirmou.

De acordo com reportagem publicada no jornal Valor Econômico, ele é presidente do grupo Bom Futuro, com sede em Rondonópolis (MT) e que em 2010 faturou R$ 1 bilhão o com cultivo de soja, milho e algodão, entre outras atividades "periféricas" - como a criação de peixes que, em suas palavras, "é coisa pequena". Mais do que o maior produtor de algodão do país, Eraí está abrindo cada vez mais distância em relação aos "concorrentes" com os quais disputou a liderança nas últimas temporadas.

Em todo o Brasil, a área da pluma deverá aumentar impressionantes 45%, de 835 mil hectares para 1,2 milhão de hectares, a maior em 19 anos. Percentualmente, Eraí vai crescer ainda mais do que a média nacional.

Como em 2009/10 ele ocupou 70 mil hectares, o salto para 105 mil representa um incremento de 50% - um movimento que poucos conseguem realizar tão rapidamente devido aos pesados investimentos em tecnologia necessários nas lavouras. A operação exigiu dele um dinamismo difícil de medir, mas que talvez ajude a explicar sua biografia.

Para o “rei do algodão”, resultados como estes foram alcançados apesar dos problemas crônicos de infra-estrutura de transportes e com a falta de uma política agrícola de longo prazo. “A melhora na infra-estrutura só agora está acontecendo, como na BR-163 e em outras rodovias”, afirma Scheffer, para o qual o “pulo do gato” deve ocorrer com a entrada em funcionamento da ferrovia centro-oeste e das hidrovias que escoarão a produção do centro-oeste para os portos da região norte do país.

Ele chegou há mais de quatro décadas em Mato Grosso para trabalhar com o tio, André Maggi, mas logo tomou um caminho próprio e hoje é dono, em sociedade com dois irmãos e um cunhado, de um império formado por 350 mil hectares entre soja, algodão e milho. Para crescer 35 mil hectares de uma safra para a outra com o menor gasto possível, Scheffer fez um mix entre aquisição e aluguel de colheitadeiras, que são máquinas de alto valor agregado que não podem ser usadas em outras culturas, apenas no algodão.

A partir de um investimento de R$ 50 milhões, o empresário comprou 15 novas colheitadeiras, o que elevou sua frota própria para 120 máquinas, e adquiriu outros equipamentos agrícolas complementares. Com esses recursos Scheffer também expandiu da capacidade de beneficiamento da pluma (descaroçamento e enfardamento) do grupo.

Outras 20 colheitadeiras foram alugadas para a ampliação da área. E a colheita de uma área de 10 mil hectares foi terceirizada, em mais uma tentativa de reduzir a necessidade de investimento nas máquinas de colher algodão. Mas o pulo do gato, segundo Scheffer, foi a "reacomodação" da área plantada para "fora" das "janelas tradicionais" de plantio. Com informações compartilhadas pelo Valor Econômico.






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