Agecopa monta estratégia para evitar grandes congestionamentos no trânsito durante realização das obras de mobilidade urbana e mesmo na realização do grande evento
Agecopa quer implantar rodízio e mudar horário de repartições públicas na capital

Para melhorar o trânsito de Cuiabá até 2014, a Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Pantanal (Agecopa) já trabalha com a possibilidade de mudar o horário de funcionamento do órgãos públicos e implantar o polêmico rodízio de carros na Capital. As medidas foram anunciadas após reunião na qual o governador Silval Barbosa (PMDB) despachou na sede da instituição.

O escalonamento e o rodízio são estudados como opções para evitar congestionamento nas principais vias, mas a discussão ainda precisa avançar com representantes dos poderes constituídos. A mudança de horário de funcionamento do Legislativo, Executivo e Judiciário será discutida pelos diretores da Agecopa com Ministério Público, Tribunal de Contas, Assembleia Legislativa, entre outros. Com o Tribunal de Justiça (TJ/MT), o assunto vai ser debatido amanhã. A expectativa é que até o fim do mês seja conhecida uma decisão.

A mudança de horário deve refletir até mesmo no funcionamento de escolas da rede estadual em Cuiabá e Várzea Grande, assim como órgãos da administração indireta. Segundo o presidente interino da Agecopa e diretor de Planejamento, Yênes Magalhães, a implantação do eventual rodízio caberá à Prefeitura de Cuiabá através da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU).

Yênes ressalta que as medidas devem vigorar apenas enquanto estão sendo feitas as obras de mobilidade urbana, mas avalia que a população deve abraçar a ideia após a Copa de 2014. As principais vias que devem passar por isso são as avenidas Miguel Sutil, Fernando Corrêa, Rubens de Mendonça (CPA), entre outras.

"Temos, por exemplo, as escolas da rede estadual podendo começar as aulas às 8h30. A Assembleia pode iniciar o expediente às 9h e assim por diante. Isso é apenas uma sugestão no momento, mas, quando as pessoas perceberem as melhorias, acredito que isso vem para ficar", afirma Yênes. Silval se diz favorável a todas as sugestões que forem acatadas por chefes de poderes na defesa da melhoria do trânsito.

Turismo - Na visita à Agecopa, o governador também discutiu a destinação de recursos para o turismo. O Estado recebeu cerca de R$ 250 milhões através do Programa Regional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur). Ele despacha na Agência todas as segundas-feiras desde a semana passada.

"Discutimos aqui e pautamos as obras para área de turismo através do Prodetur. Isso deve promover avanços em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Nobres, na região de Barão de Melgaço, Santo Antônio do Leverger e onde tiver potencial turístico aqui por perto", afirma Silval. De acordo com a secretária de Turismo de Mato Grosso, Teté Bezerra (PMDB), os recursos devem contemplar 13 cidades num raio de 200 km.

Silval explica que, como houve mudanças nos projetos elaborados inicialmente, a Secretaria de Tesouro Nacional (STN) já foi consultada. "Eles estão avaliando as alterações para saber se não haverá problemas, mas está tudo dentro do cronograma. Acredito que em 15 ou 20 dias a equipe que está com esse programa vai resolver tudo e teremos uma resposta em 30 dias", completa.

Crise - Silval também aproveitou a visita à Agecopa para negar qualquer problema entre os secretários. A afirmação foi feita depois de Pedro Henry (Saúde) criticar a atuação da pasta no governo passado, o que levou Eder Moraes (Casa Civil) a pedir cautela mesmo sem citar nomes, já que Silval foi vice-governador na gestão de Blairo Maggi (PR) entre 2007e 2010.

O governador admitiu ter convocado os 2 secretários para discutir a troca de críticas pela imprensa. Mesmo assim, ele evita falar em crise. "Não há nada disso. Isso é especulação. Há sim harmonia. Acompanhei as matérias que saíram na imprensa sobre isso, chamei os 2 e posso dizer que não há briga. Se ele (Pedro Henry) falou que a Secretaria gastava mal os recursos, é para ele corrigir isso. Isso vale para todos que estão no staff. Agora, quando o Éder fala alguma coisa, ele não está puxando orelha de ninguém. Está sim cumprindo o papel de chefe da Casa Civil".

PAC - O governador afirma ainda aguardar uma orientação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para decidir se assume ou não obras do Programa de Aceleração do Crescimento nas 2 maiores cidades de Mato Grosso. No caso de Cuiabá, o prefeito Chico Galindo (PTB) espera a manifestação como forma de garantir parte do projeto que não pode ser tocado pelo município diante da falta de recursos.

Já o prefeito Murilo Domingos (PR) admite que todas as obras de Várzea Grande poderão ser repassadas para o Estado, já que o município não tem dinheiro para arcar com a defasagem de preço decorrente da paralisação das obras desde a operação Pacenas, que ocorreu em agosto de 2009 após denúncias de conluio para dificultar a concorrência pública na licitação. Nas 2 cidades, o PAC 1 representa investimentos de R$ 400 milhões em infraestrutura e saneamento.

Demissões - Silval voltou a defender ontem a redução do número de cargos comissionados no Estado, que atualmente somam 7 mil. Ele avisou que os ocupantes das vagas foram exonerados em dezembro por causa da mudança de governo e a metade pode não ser recontratada. "Fizemos o concurso público justamente com esse objetivo: reduzir os comissionados. Só na área de educação, já autorizei chamar 3 mil para substituirmos os contratos temporários. Hoje (ontem) estão sendo chamados mais 1,2 mil homens e mulheres para a Polícia Militar. Queremos reduzir ao máximo os comissionados e privilegiar os efetivos. Mas não sabemos ainda em quanto vai ficar o número desse tipo de cargo".

Outro lado - O secretário de Trânsito de Cuiabá, Edivá Alves, não retornou as ligações de A Gazeta para comentar a possibilidade de rodízio de carros. O sistema gerou polêmica ao ser implantado em grandes cidades, como São Paulo, onde veículos são proibidos de circular em determinados dias da semana de acordo com o final da placa. Quem descumprir a regra, pode ser multado.