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Domingo - 28 de Novembro de 2010 às 11:55

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A investigação sobre superfaturamento de R$ 44,4 milhões na compra de máquinas e caminhões por meio do programa "Mato Grosso 100% Equipado" mostra um episódio "inusitado" do ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Vilceu Marchetti. Mesmo depois de ter se demitido do cargo, ele foi flagrado em interceptação telefônica tentando se beneficiar do cargo. Ele queria alugar uma caminhonete através do contrato de aluguel firmado pelo governo.

O "grampo" que flagrou Vilceu foi feito pela Delegacia Fazendária no dia 19 de maio, quando o inquérito que apurou a denúncia de sobrepreço ainda estava em fase de inquérito. Ele se demitiu do cargo no dia 30 de abril. Mesmo assim, não se inibiu de telefonar para o então superintendente de Gestão da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra), Ulisses Dysarsz, para pedir interferência do funcionário público junto à empresa que alugava caminhonetes para o Estado.

O telefonema de Vilceu para Ulisses foi feito no dia 19 de maio, às 16h30 e durou 1 minuto e 24 segundos. Foi um dos motivos que levaram a Delegacia Fazendária a pedir à Justiça a prorrogação da quebra do sigilo telefônico do ex-secretário. O pedido foi acatado pelo juiz José Arimatéia.

Na conversa, Vilceu pergunta ao antigo subordinado sobre o contrato e diz que queria alugar a caminhonete por 30 ou 50 dias para levar vacinas para uma de suas fazendas. Sem que a proposta fosse adiante, ele se beneficiaria das garantias e descontos do contrato. Ulisses respondeu que isso não seria possível, pois os benefícios eram restritos ao governo e já havia vencido em 2008. "Dá uma consultada. Diz que o secretário saiu e precisa de uma ajuda", diz trecho da conversa. O aluguel do carro era de R$ 3,5 mil.

Investigado - Assim como Vilceu, o ex-secretário de Estado de Projetos Estratégicos e suplente de senador José Aparecido dos Santos (PR), o Cidinho, também teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça. Ele foi investigado por períodos de 15 dias a partir de 1º de julho, 30 de setembro e 1º de março de 2009. Ambos não retornaram as ligações de A Gazeta para comentar o assunto.

Quem também teve o telefone grampeado foi Valter Sampaio (ex-superintendente de Manutenção e Operação de Rodovias da Sinfra) e Suzy Gonçalina (ex-chefe de gabinete da pasta na gestão de Vilceu). Eles foram indiciados com Vilceu por formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção passiva.





Fonte: A Gazeta

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