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Politica MT
Quarta - 10 de Novembro de 2010 às 10:48

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Pelo menos 35 pessoas em cada grupo de 100, no país, estão sofrendo distúrbios provocados por ruídos durante exposição excessiva e contínua a aparelhos como iPods, aparelhos tocadores de MP3 e outros semelhantes em volumes acima de 80 decibéis. Um estudo realizado pelo Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas de São Paulo revelou ainda que a incidência está aumentando gradativamente entre crianças e jovens que abusam do volume em brinquedos sonoros.

Para agravar mais este quadro, uma das cientistas responsáveis pelo trabalho – a otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanches – revelou que o Brasil detém apenas legislação a respeito de ruído no meio profissional – como os produzidos por equipamentos e ferramentas. Em outras palavras, a legislação não estabelece nada sobre os limites sonoros quando o assunto é o lazer.

Na tentativa de criar um caminho alternativo na contramão desse cenário, o vice-líder do PR na Assembleia Legislativa, deputado Wagner Ramos, pretende tornar obrigatória a informação sobre os limites nocivos à audição nos aparelhos sonoros portáteis comercializados dentro do estado.

O Projeto de Lei nº 32/10, de sua autoria, determina que esses aparelhos, suas embalagens e as propagandas impressas deverão alertar os usuários quanto aos riscos de comprometimento total ou parcial da audição. Essa deficiência pode ser causada pela utilização prolongada em determinado volume do aparelho, por meio de fone de ouvido. O projeto está em fase de estudos na Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Minerais da Assembleia.

“Nosso principal canal de alerta acerca desse mal para jovens e adolescentes – a grande maioria dos usuários – é a conscientização e envolve também pais e responsáveis”, observou Wagner Ramos. Segundo ele, o nível de segurança – aquele que não chega a provocar danos – é de 80 decibéis. Os brinquedos eletrônicos como iPods e aparelhos tocadores de MP3 vendidos no comércio chegam a emitir ruídos de 82 a 130 decibéis.

“Os abusos constantes de sons altos – aliados à crescente poluição sonora – causam irritabilidade, insônia, falta de concentração, agitação, taquicardia e ansiedade", completou Tanit Sanches.

Dois os motivos tornam os moderninhos aparelhos mais arriscados para os usuários: 1º) a grande capacidade de memória e a durabilidade das baterias, que permitem o uso continuado durante horas seguidas; 2º) o fator mais preocupante é o design dos fones, criados para serem postos dentro do ouvido – diferentemente dos modelos mais antigos e menos prejudiciais que cobriam a orelha.

O professor de Otorrinolaringologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Yotaka Fukuda, observou que os abusos levam à degeneração das células sensoriais localizadas na cóclea (estrutura mais interna do ouvido). Elas transformam a energia vibratória em estímulo elétrico e o transmitem ao cérebro.

"Essas células têm um limite de resistência à energia sonora e o usuário deve entrar em alerta se, ao desligar o equipamento, tiver a sensação de perda auditiva momentânea”, alertou Fukuda.

Controlar o tempo de exposição ao fone de ouvido e não sucumbir à tentação de explorar toda a potência do volume são outros cuidados recomendados para proteger a audição.






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