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Sábado - 06 de Novembro de 2010 às 09:33
Por: Romilson Dourado

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Pedro Henry não está assegurado como deputado reeleito e aguarda julgamento de recurso junto ao TSE
Pedro Henry não está assegurado como deputado reeleito e aguarda julgamento de recurso junto ao TSE

Com orçamento 23,7% maior para o exercício de 2011, saltando dos atuais R$ 747,5 milhões para R$ 925,1 milhões, o que a mantém como a terceira maior da estrutura da máquina estadual, a pasta da Saúde está sendo bastante disputada pelos partidos e líderes do arco de alianças que garantiram a reeleição do governador Silval Barbosa. Em princípio, um bloco, com respaldo de alguns deputados, entrou em ação, com lobby forte para emplacar na secretaria o médico, empreiteiro e deputado estadual reeleito Guilherme Maluf, mesmo se tratando de alguém filiado ao PSDB, legenda adversária.

Seria uma forma do Palácio Paiaguás ampliar a base na Assembleia e neutralizar a já fraca oposição. Agora o PP entrou na briga pela Saúde. Quer no cargo o deputado federal Pedro Henry, médico-anestecista, ex-vice-prefeito de Cáceres e ex-diretor da Companhia de Saneamento (Sanecap) na época do governo Dante de Oliveira.

A prioridade de Henry é a cadeira de federal, mas já montou espécie de plano B. Os 81.454 votos obtidos nas urnas asseguram a sua reeleição, mas, como foi pego pela Lei da Ficha Limpa porque teve o atual mandato cassado (continua no cargo por força de liminar) e é acusado de cometer crime eleitoral, seus votos não foram validados pela Justiça Eleitoral. Henry impetrou recurso. Seu futuro político depende agora do posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral, que está analisando casos específicos de candidatos barrados pela nova lei. De todo modo, o Tribunal já decidiu que tem validade para este ano. O Supremo Tribunal Federal deverá, porém, se deparar com situações como a de Henry e até mudar de posição. É que o STF só analisou até agora caso de político que renunciou para evitar a cassação. Será feita análise de outras partes da lei, como as que tornam inelegível o político que foi condenado em segunda instância, o servidor demitido por decisão administrativa, ou aquele que foi cassado pela Justiça Eleitoral.

Ao mesmo tempo que está de olho na Câmara, Henry mantém ativa a articulação para vir a ser secretário de Saúde. Seu partido ganhou força nesse processo de recondução de Silval ao posto de chefe do Executivo Estadual. Garantiu uma bancada com 5 deputados na Assembleia, reelegeu Eliene Lima à Câmara e ainda terá Chico Daltro como vice-governador a partir de 1º de janeiro. Está previamente acertado que os progressistas vão comandar ao menos duas secretarias, sendo uma delas com bom orçamento. Hoje quem conduz a Saúde é o ex-presidente do MT Saúde Augusto Amaral, com atuação mais técnica e sem força política. Como a secretaria está sob disputa, a tendência é que Amaral seja substituído. Há, porém, correntes no governo que defende uma gestão mais técnica, principalmente em pastas complexas, como a da Saúde.

Se de um lado Henry é bem articulado politicamente, de outro carrega sobre os ombros o desgaste. É um político "queimado". Se envolveu em alguns escândalos, como do Mensalão, esquema que estourou no governo Lula sobre pagamento de vantagens a parlamentares para votar com o Palácio do Planalto, e Sanguessugas, recebimento de propina por emendas para aquisição de ambulâncias com preços superfaturados para os municípios.

A intenção do governador é mudar ao menos 90% da equipe do primeiro escalão. São 23 secretarias, órgãos e empresas vinculados à máquina, que terá um orçamento de R$ 11,4 milhões para o próximo ano e emprega quase 90 mil servidores. O Paiaguás planeja fundir algumas pastas e desmembrar outras. Por enquanto, Silval está mais ouvindo. Quanto aos cargos do staff, ele apenas adiantou que pode atender alguns pleitos, mas que não aceita pressão.





Fonte: RD News

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