O PM Vanderlei Alves disse que ficou surpreso ao se deparar com reginaldo dentro de um contêiner.
PM muda depoimento e afirma ter visto sangue em sala do shopping

Terminou há pouco o depoimento do policial militar Vanderlei José Alves (30), no Fórum de Cuiabá. Ele depôs durante o julgamento dos acusados de espancar e matar o vendedor ambulante Reginaldo Donnan Queiroz, em um shopping da capital no ano passado. Os acusados de homicídio triplamento qualificado são os ex-seguranças do shopping Goiabeiras, em Cuiabá, Ednaldo Rodrigues Belo, Jorge Dourado Nery, Valdenor de Moraes e Jefferson Lima Medeiros.

Foi o PM Vanderlei que efetuou a prisão do vendedor ambulante após os seguranças chamarem a polícia no ano passado. Segundo as investigações, os quatro seguranças acusados do crime, primeiro agrediram Reginaldo e só depois chamaram a polícia.

O policial disse hoje que ao chegar no shopping, Reginaldo ainda estava consciente. Segundo o policial, ele só tomou conhecimento da situação de Reginaldo ao vê-lo dentro do contêiner. Contou que não sabia que encontraria uma situação como aquela, mas não teve como recusar em prendê-lo. Ele afirmou que enquanto foi à sala pegar os pertences de Reginaldo, os seguranças o teria algemado para colocar no camburão. Durante todo o depoimento o policial sempre citou os nomes de Ednaldo Belo e Jefferson Medeiros.

Segundo o policial, Reginaldo tinha manchas de sangue na roupa e no nariz. Uma das mudanças no depoimento de hoje é que o PM confirmou que viu sangue na sala onde Reginaldo foi espancado. No depoimento anterior o policial disse que não viu sangue.

A defesa dos seguranças acusados do crime questionaram o PM sobre a mudança no depoimento de hoje. Vanderlei afirmou que no primeiro depoimento não teria se lembrado, mas hoje ele disse que quando entrou na sala do shopping, observou que existia sim respingos de sangue na parede.

O PM Vanderlei contou que ele conduziu a motocicleta de Reginaldo até a delegacia. Outro policial que atendeu a ocorrência com ele conduziu a viatura com Reginaldo algemado e os seguranças, que também se dirigiram até a delegacia. Como o delegado de plantão se negou a receber a ocorrência, os PMs então retiraram a algema de Reginaldo e seguiram para o Pronto Socorro de Cuiabá.

Ao chegar ao Pronto Socorro, uma médica teria dito para todos esperar que o Reginaldo seria medicado e liberado. Mas depois de algum tempo a médica voltou e disse que Reginaldo seria internado, e que os policiais e os seguranças poderiam ir embora. Segundo o policial, Ednaldo Belo e Jefferson Medeiros acompanharam os PMs até o Pronto Socorro de Cuiabá.

Outra informação curiosa durante o depoimento do PM foi a afirmação dele de que viu Reginaldo se levantar da maca, andar e subir em um carrinho no Pronto Socorro. O carrinho transferiu o vendedor ambulante da enfermaria para um quarto, onde ele morreria pouco depois.