Repórter News - reporternews.com.br
Policia MT
Quinta - 19 de Agosto de 2010 às 09:29
Por: Raquel Ferreira

    Imprimir


Investigações apontam que acusados movimentavam cerca de R$ 10 mi por mês, desde aquisição da pedra bruta até exportação
Investigações apontam que acusados movimentavam cerca de R$ 10 mi por mês, desde aquisição da pedra bruta até exportação
A Polícia Federal de Mato Grosso e Rondônia desarticulou um esquema de extração e comercialização ilegal de diamantes retirados da Reserva Indígena Roosevelt, localizada no município de Espigão D"Oeste (a 500 km de Porto Velho - RO). A ação de duas quadrilhas distintas era apoiada por índios da etnia Cinta-Larga que cobravam R$ 100 mil dos garimpeiros para permitir a exploração dentro da Reserva, além de exigirem porcentagem do material extraído. A PF estima que os envolvidos no esquema ilegal movimentavam cerca de R$ 10 milhões por mês, desde a aquisição da pedra bruta no garimpo até a exportação para o exterior, quando o valor era 10 vezes maior.

A operação "Adamas" ocorreu simultaneamente em 6 estados e no Distrito Federal, onde foram cumpridos 17 mandados de prisão temporária, 2 mandados de prisão preventiva e 45 mandados de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pela Justiça de Cuiabá e Ji-Paraná (RO). Dezenove pessoas foram presas por força de mandado de prisão e 7 em flagrantes, sendo uma em Juína (735 km ao noroeste de Cuiabá), além de 44 mandados de busca a apreensão cumpridos.

A Polícia Federal cumpriu ainda 3 mandados de condução coercitiva (quando a pessoa segue até a superintendência para prestar esclarecimentos), sendo que 1 ocorreu também ocorreu em Juína. As prisões em flagrante ocorreram ainda em Espigão D"Oeste (4 casos), Brasília (1) e Goiânia (1).

Segundo a PF, a operação é resultado de duas ações distintas realizadas pela Delegacia de Polícia Federal de Vilhena, iniciada em agosto de 2009, e pela Superintendência Regional da PF em Mato Grosso, iniciada em fevereiro de 2010. As investigações apontaram para as duas quadrilhas especializadas na exploração ilegal de diamantes. Uma das frentes atuava fortemente no garimpo retirando as pedras de dentro da Reserva, enquanto o segundo grupo ficava responsável pela negociação, intermediando a venda das gemas.

Durante as investigações ocorreram 7 apreensões de diamantes. A mais recente ocorreu domingo no aeroporto de Marechal Rondon, em Várzea Grande. Um homem foi preso em flagrante com 24 pedras de quilates diversos de diamantes dentro da cueca. Ele tentava embarcar para São Paulo. Em outra apreensão ocorrida em março, uma única pedra de diamante de cerca de 1 centímetro de diâmetro, com 28 quilates, foi avaliada por peritos criminais federais em R$ 233 mil, mostrando que a quadrilha movimentava minérios de grande valor. Todas as apreensões realizadas alcançaram o valor aproximado de R$ 500 mil.

As ações da Polícia Federal na Reserva Roosevelt, iniciadas no ano de 2004, já alcançaram a apreensão de aproximadamente 3 mil quilates de diamantes. Somente neste ano, em Rondônia, foram apreendidos 419 quilates de diamantes ilegalmente extraídos da reserva Roosevelt, com a prisão de 4 pessoas, envidando esforços na defesa dos indígenas e com o objetivo de encerrar as atividades garimpeiras ilegais na região.

Cumprimentos - Cerca de 200 policiais federais cumpriram os mandados de prisão nos municípios de Espigão D"oeste (9), Monte Negro (1), em Rondônia; Teófilo Otoni (1), Patos de Minas (4), em Minas Gerais; Brasília (2) e na capital paulista (1). Além dos municípios já citados, as buscas e apreensões ocorreram ainda em Cacoal, Monte Negro e Ariquemes, todos de Rondônia; Belo Horizonte, Coromandel e São Gonçalo do Abaeté, em Minas Gerais; Juína e Cuiabá, em Mato Grosso; Campo Grande (MS), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Brasília (DF).

Nome - "Adamas" é uma palavra grega, que significa "indomável" ou "inflexível", termo usado por escritores gregos para definir pedra de dureza "impenetrável", como o diamante.

Os presos deverão responder por usurpação de bem da União; extração ilegal de minerais; receptação qualificada; formação de quadrilha ou bando; falsidade ideológica e fraude processual qualificada, todos do Código Penal.





Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/118349/visualizar/