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Cidades/Geral
Terça - 03 de Agosto de 2010 às 08:50
Por: Dhiego Maia

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Histórias de afogamento nos rios de Mato Grosso não param de se multiplicar. Só nos sete primeiros meses deste ano, 20 pessoas perderam a vida no rio Cuiabá. A média é levemente inferior em relação a 2009, quando 45 pessoas morreram vítimas de afogamento em todo ano. Mas levanta alerta em torno do banho descuidado nos rios do Estado. Pelo interior, a situação é ainda pior. O Corpo de Bombeiros contabilizou 70 mortos em 2009.

Entra ano, sai outro, o perfil da vítima não muda. Jovens em idade adulta, sexo masculino e sem muito conhecimento do rio predominam no topo das estatísticas. O caso mais recente ainda aguarda desfecho. Com apenas 19 anos, o corpo de Jones Ferreira, é procurado por seis mergulhadores especializados em operações nas águas turvas do rio Cuiabá.

Na tarde deste último domingo, o rapaz, acompanhado de um grupo de amigos, tomava banho nos fundos do bairro Vitória Régia, na periferia de Várzea Grande. Ao tentar atravessar o rio de uma margem à outra, o rapaz não resistiu e se afogou na metade do percurso. Pescadores e os amigos do rapaz tentaram fazer o resgate, mas não chegaram a tempo, pois o corpo dele já havia desaparecido no fundo do rio.

Testemunha do afogamento, Patrícia de Campos Lima, 21, relatou à reportagem que o rio Cuiabá naquela localidade é cheio de correnteza e que apenas pessoas experientes conseguem atravessá-lo. “Ele já chegou a atravessar o rio uma vez a nado, mas ele não conhecia o rio de verdade”, testifica.

Quem teve a mesma sina foi o ribeirinho Sebastião Xavier Taques da Silva, 54. Acostumado a percorrer o rio nas proximidades do município de Barão de Melgaço (cidade distante a 109 quilômetros de Cuiabá), Sebastião caiu de uma canoa na tarde deste último sábado e só foi encontrado na manhã de domingo sem vida por uma equipe do Corpo de Bombeiros.

O rio Cuiabá, como muitos outros espalhados Mato Grosso afora, possui pontos em que o banho se torna inapropriado devido a fatores de periculosidade, como correnteza, presença de poços profundos, águas turvas, entre outros. No rio que dá nome à capital do Estado dois pontos merecem atenção. Na Passagem da Conceição – com fluxo intenso de turistas -, o perigo, segundo mapeamento do Corpo de Bombeiros está na quantidade excessiva de poços. Já nas proximidades de Santo Antônio de Leverger, as correntezas são empecilho para um banho seguro.

O Corpo de Bombeiros conta com 100 mergulhadores especializados em resgate nas 17 unidades do Estado. Pelas distâncias de uma cidade a outra, pelo menos na Baixada Cuiabana, o órgão não consegue efetuar serviços de emergência quando acionado para solucionar casos de desaparecimentos de pessoas em rios. “Quando há uma ocorrência nós só deslocamos para resgatar o corpo porque não dá tempo para encontrarmos a pessoa com vida. Um afogamento pode acontecer em questão de segundos”, confirma o major Martins.

PREVENÇÃO - Para conter as más estatísticas de vítimas fatais decorrentes de afogamentos, o Corpo de Bombeiros aposta na prevenção. O órgão mantém todos os finais de semana, uma equipe com cinco bombeiros na Passagem da Conceição. No local, os profissionais fazem varreduras ao longo do rio Cuiabá e na comunidade promove palestras. Mesmo assim, ainda é verificado que banhistas consomem bebida alcoólica ao mesmo tempo em que se divertem no rio. “Isso é um problema que observamos em muitos casos. Muitas pessoas acabam se afogando por conta disso”, aponta Martins. Além de conhecer o local do banho, as crianças nunca devem estar desacompanhadas dos pais ou responsáveis.






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