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Terça - 13 de Julho de 2010 às 14:17
Por: Romilson Dourado

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Aos 62 anos, o empresário semi-alfabetizado José Maria Barbosa, o Juca do Guaraná, vai viver o sonho de ser vereador por Cuiabá. Ele conseguiu convencer o titular Levi Pires de Andrade, o Leve Levi, e o primeiro-suplente Marcus Fabrício a abrir espaço no Legislativo. Nesta terça (13), às 12h45, Levi protocolou o seu pedido de licença, alegando que precisa fazer tratamento médico, expondo duas situações intrigantes. Primeiro, o vereador se lançou como candidato a deputado estadual e, segundo, cita no documento sobre a licença temporária que o atestado médico consta em anexo, o que não é verdade. Cobrado pela Mesa Diretora, Levi prometeu apresentar depois o documento assinado pelo seu médico para poder ter direito aos R$ 9,5 mil de salário mensais, mesmo fora do cargo. A posse de Juca está prevista para a sessão ordinária de quinta (15).

A negociação para o seu afastamento foi feita a portas fechadas entre Juca e Fabrício. Reeleito em 2008 com 4.327 votos, Levi é evangélico e professor do Cefet (antiga Escola Técnica Federal de Cuiabá). No ano passado, ele havia acertado abrir espaço para Juca, mas não houve acordo e optou, então, por postergar o pedido de licença. Para não perder direito à suplência, Fabrício vai assumir o cargo por apenas 24 horas. Em seguida, renuncia ao posto.  Fabrício, que teve 3.524 votos, a mesma votação de Deucimar Silva, que ficou com a cadeira por ser o mais velho, entrou no acordo e se comprometeu a ceder a vaga para o empresário.

Assim que Fabrício for empossado e renunciar ao posto, entra em cena Juca do Guaraná, que teve 2.658 votos. Ele é mato-grossense de Santo Antônio de Leverger, mas mora há várias décadas no bairro Pedregal, em Cuiabá. Trata-se de uma figura folclórica, um empresário que gosta de explorar o jeito simples de ser e que não se desgruda do chapelão. Dono da Juca do Guaraná Transportes, ele ganha popularidade e clientela em época de campanha eleitoral, com promoções na venda de materiais para construção, principalmente areia. Seu sotaque cuiabano carregado chama atenção. Ele tem dificuldades de oratória e de concatenar as ideias.

Juca possui R$ 3 milhões em bens declarados. É dono, por exemplo, de uma fazenda de 650 hectares em Santo Antonio do Leverger e de uma área urbana de 130 ha no Pedra 90, na Capital, além de outros imóveis e até de um apólice de R$ 1 milhão no Tesouro do Estado de Minas Gerais. Chegou a entrar na disputa por vaga de senador em 2002 e, já na reta final, teve registro impugnado.

Efeito Nicássio

O empresárío é pai de Nicássio Barbosa, que se envolveu num escândalo e crime que repercute até hoje. Em 2000, o então primeiro-suplente de vereador Sivaldo Dias Campos (PT) sofreu atentado à bala. Ficou vários meses na UTI. Sobreviveu e ficou com várias sequelas. Nicássio era o terceiro-suplente e foi condenado como mandante do crime. De acordo com o processo, seu plano seria matar os suplentes para poder assumir a vaga de vereador. O tiro saiu pela culatra. Uma década depois, enquanto Nicássio responde na Justiça pelo crime, seu pai estreia como vereador.





Fonte: RD News

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