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Terça - 01 de Junho de 2010 às 04:52
Por: Pollyana Araújo

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O pré-candidato Meuro Mendes defende Taques, para quem não tem nada a ver com as operações da PF
O pré-candidato Meuro Mendes defende Taques, para quem não tem nada a ver com as operações da PF

Embate entre o deputado federal Pedro Henry (PP) e o pré-candidato ao Senado, ex-procurador da República, Pedro Taques (PDT), vai parar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A representação será protocolada hoje por Henry, que pedirá investigação da verdadeira intenção da operação Jurupari, desencadeada pela Polícia Federal, para beneficiar Taques.

Já Pedro Taques endureceu o discurso no setor político e deu ultimato ao pré-candidato a governador, empresário Mauro Mendes (PSB). Disse que Mendes terá que escolher entre o ex-procurador ou Henry, caso o PP planeje apoiá-lo. "Apoio e confio no Mauro Mendes, mas ele terá que fazer a escolha dele. Terá que decidir pelo meu apoio ou do Pedro Henry". Pondera, no entanto, que o PP tem pessoas boas, mas enfatiza que não é o caso de Henry. Ele deixou o cargo de procurador da República exclusivamente para pleitear vaga no Senado.

O pré-candidato diz que não vale a pena fazer o "jogo" de Henry, pois é irrelevante e ao rebater as críticas do rival político chegou a questionar a idoneidade do deputado em acusá-lo de fazer manobras.

Após dizer que Taques faz parte da "quadrilha" composta pelo juiz Julier Sebastião da Silva e pelo procurador da República, Mário Lúcio Avelar, Henry propôs formalmente na agenda progressista, que trata dos critérios para a escolha do pré-candidato majoritário que o PP apoiará na eleição deste ano, a exclusão da possibilidade do partido vir a fazer parte da chapa encabeçada por Mendes. Ele solicitou a quebra de sigilo telefônico do juiz Julier Sebastião e de Mário Lúcio Avelar.

Além disso, ele adiantou que pretende tomar medida em relação a Taques sob argumentação de que o pedetista está cometendo crime eleitoral ao fazer propaganda extemporânea.

A revolta do progressista foi externada após a detenção de Janete Riva, esposa do presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP), durante a operação Jurupari. Segundo Henry, Julier e Avelar - que para ele agem como verdadeiros ditadores -utilizam a força do Estado em benefício próprio e avalia que o "trio", como classifica, além de tentar eleger Taques, pretende lançar a candidatura de Julier a prefeito de Cuiabá em 2012. Lembra ainda que Julier possuía interesse em disputar a eleição para o governo do Estado, mas desistiu da ideia por não ter "coragem" de deixar o poder.

Para Henry, Janete, que ficou detida por 6 dias, foi injustiçada por uma tentativa de Julier em afetar Riva. Com o intuito de reforçar o pedido de afastamento do magistrado e de Mário Lúcio Avelar, o parlamentar pediu apoio de representantes do PMDB e do PR. Ele contou que se solidarizam com o pedido o governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-governador e pré-candidato a senador Blairo Maggi (PR), o senador Jaime Campos (DEM), o deputado Carlos Abicalil (PT), entre outras autoridades.

O advogado de Janete Riva, Valber Mello, disse que ainda nesta semana ingressará com mandado de segurança para reaver os bens da cliente, bloqueados pela justiça desde o início da operação. Depois disso, vai analisar a viabilidade de protocolou representação contra Julier e Avelar.Todos os 65 presos tiveram os bens bloqueados. O montante chega a R$ 1,65 bilhão.

De acordo com Valber Mello, a distribuição do processo não obedeceu regras formais, fazendo com a ação ficasse sob Julier e questiona o fato do magistrado não ter especificado o real motivo da prisão. Ele afirma que a decisão foi praticamente copiada da ação encaminhada pelo Ministério Público Federal. Os mesmos questionamentos da defesa de Janete foram feitos pelos 43 engenheiros ambientais presos na operação. Eles também querem esclarecimentos que deram base aos mandados de prisão.

Seis dias após as prisões, o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF), Tourinho Neto, concedeu habeas corpus e revogou os 91 pedidos de prisão, libertando os acusados de prática de crime ambiental. Na ocasião, ele também pediu ao juiz Julier que esclarecesse a questão.

O magistrado contrapôs os argumentos listados pela Justiça Federal que embasou os mandados de prisões. Ele apontou que no pedido de prisão não consta elementos concretos que identifiquem o prejuízo à ordem econômica.

Explicação - Mauro Mendes afirma que pretende manter o PDT no arco de aliança e que, se o PP manifestar interesse em fazer parte do seu grupo, o caso será analisado com espaço para objeções. Diz que a ideia é trazer para o movimento Mato Grosso Muito Mais o maior número de siglas com vistas a reforçar o projeto eleitoral, mas que a situação, nesse caso, deverá amplamente discutida. O pré-candidato defende Taques, para quem não tem nada a ver com as operações da PF.

Investigação - A PF iniciou as investigações há 2 anos e, a partir daí, foram localizadas 68 serrarias e madeireiras que estariam funcionando próximo de parques e terras indígenas e que vendiam a madeira retirada destas áreas. De uma só vez, a Polícia expediu 64 mandados de prisão, entre eles, do ex-secretário de Meio Ambiente do Estado, Luis Henrique Daldegan, além do ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Ubiratan Spinelli, e o filho dele Rodrigo Spinelli.

Lista - Pedro Henry responde à uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema do "Mensalão", liderado pelo petista José Dirceu, e é investigado num inquérito proposto pelo Ministério Público Federal (MPF) em que é acusado pelo crime de peculato ao pagar supostamente o piloto do seu avião particular com dinheiro da Câmara dos Deputados.

Outro lado - Logo após a operação, Julier pediu férias e viajou para Londres onde concluirá o doutorado e deverá retornar a Mato Grosso daqui a 3 meses. Já Mário Lúcio Avelar tirou licença-prêmio a partir desta segunda-feira (31) e voltará às funções na semana que vem. Por meio de assessoria, o procurador informou que desde o início das acusações de Henry que não iria se manifestar sobre o assunto. Em nota à imprensa, ele não entrou no mérito dos embates políticos e disse apenas que a operação foi desencadeada com o intuito de que Mato Grosso deixe de ser liderar a lista dos estados brasileiros campões em desmatamento da Floresta Amazônica.





Fonte: A Gazeta

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