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Terça - 25 de Maio de 2010 às 09:11
Por: Flávia Borges e Marcia Matos

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O advogado André Castrillo, ouvido pela Polícia Federal na última sexta (21) durante a Operação Asafe sob a suspeita de envolvimento em casos de venda de sentenças, desconversou quando perguntado sobre sua participação. "Eu não tenho nada para falar com vocês", irritou-se. Ele garante que só vai se pronunciar ao término das investigações. Castrillo e seu genro, Eduardo Gomes, defendiam Diane Alves, esposa do ex-prefeito de Alto Paraguai, Alcenor Alves, e segunda colocada nas eleições de 2008. De acordo com depoimento do próprio advogado, ele teria desistido da causa por falta de pagamento dos honorários.

Em outro trecho de seu depoimento, obtido com exclusividade pelo RDNews, Castrillo garante ao delegado federal Carlos Eduardo Fistarol que é inocente e atribui as denúncias a advogados perdedores que, incomodados com a derrota nos tribunais, dizem que os magistrados venderam sentença. “Existe quem ganha a ação e quem perde. Quem ganha diz: eu sou bom. E quando perde, diz: o juiz se vendeu. Essa frase é leviana, mas advogado não é capaz de admitir que perdeu”. Ele chegou a dizer que venda de decisões em Mato Grosso virou folclore. "Compra e venda de sentença virou folclore em Mato Grosso. Isso não existe".


A operação aconteceu após denúncias “de que advogados e terceiros estariam manipulando decisões no âmbito da Justiça Eleitoral de Mato Grosso. As investigações apontaram o possível envolvimento de juízes e desembargadores do TJ e membros atuais e antigos do TRE em venda de sentenças. Segundo o MPF, são eles o juiz Círio Miotto e os desembargadores Evandro Stábile, José Luiz Carvalho e Donato Fortunato Ojeda, que já se aposentou.

O ex-prefeito Alcenor, supostamente flagrado pela PF em interceptações telefônicas pedindo dinheiro para oferecer à ex-juíza do TRE, Maria Abadia Aguiar, disse que vai provar sua inocência. “A Polícia Federal tem todo o direito de investigar qualquer cidadão em território brasileiro. Não houve nenhum abuso da parte deles (PF) no que diz respeito à investigação. Posso garantir que não me sinto constrangido com os procedimentos tomados, até porque tenho a consciência tranquila. Advogo há 26 anos e sempre trabalhei em função de exercer a diplomacia”, garantiu.

Perguntado sobre as investigações que relatam seu nome como parte de um esquema de compra de sentenças, Alcenor é categórico ao afirmar que não há nenhuma acusação contra ele. “ Não sofri nenhuma acusação. É preciso deixar claro que este é um processo investigatório. Caso eu seja acusado, aí então tomarei as providências cabíveis”, argumentou.

Os advogados estavam detidos no 3º Batalhão da Polícia Militar por suspeita de envolvimento em esquema de venda de sentenças. Entre os advogados que ganharam a liberdade neste domingo (23) estão Célia Cury, mulher do desembargador aposentado José Tadeu Cury, o ex-chefe de gabinete do magistrado, Jarbas Nascimento, Alexandre Jacarandá e Rodrigo Vieira. Não houve pedido de prorrogação das prisões. As investigações prosseguem no Superior Tribunal de Justiça e pela Polícia Federal.

A  Operação Asafe é resultado de uma apuração que começou há três anos, quando a Polícia Federal em Goiás verificou situações que envolviam possível exploração de prestígio em Mato Grosso. Os crimes investigados são de exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha.





Fonte: RD News

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