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Policia MT
Quarta - 05 de Maio de 2010 às 02:30
Por: Adilson Rosa

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Detentos só teriam pago R$ 650 do ‘ordenado’ de R$ 800 do agente. Ele não gostou e tomou os celulares
Detentos só teriam pago R$ 650 do ‘ordenado’ de R$ 800 do agente. Ele não gostou e tomou os celulares

Terminou em rebelião um esquema criminoso envolvendo 35 presos do Presídio Central do Estado e um agente prisional, apontado pelos detentos como responsável por repassar drogas e celulares várias vezes por semana. Pelo serviço, o agente prisional cobrava R$ 800, mas, no sábado, dia de “pagamento”, os presos só conseguiram R$ 650. Zangado com a falta de R$ 150, o agente prisional, conforme o relato de detentos, tomou celulares e alegou que tinha feito a apreensão. Os presos estavam recolhidos no cubículo 4 da Ala A.

O fato ocorreu no sábado e a direção da unidade prisional transferiu os detentos para a chamada Ala Shelder - uma espécie de trailer instalado no raio 5 - ficando sábado e domingo sem alimentação. Na segunda-feira à tarde, eles se rebelaram e quebraram cadeados, portas e janelas das celas.

Levados à Delegacia do Complexo do Coxipó, os detentos denunciaram o esquema e apontaram o agente prisional como responsável pela entrada de entorpecentes, celulares, chips de celulares e, também bateria. “Ainda mostraram que tem até tabela de preço”, observou um policial plantonista.

Na segunda-feira à tarde, os presos conseguiram sair da Ala Shelder e arrebentaram cadeados abrindo as portas das celas, além de destruir algumas janelas. Eles ficaram livres no pátio e estavam prontos para fugir, mas policiais militares que fazem a segurança externa conseguiram dominá-los. Foram levados de volta para outras celas.

“Não havia como esses presos fugirem. Ficaram livres apenas no pátio. Daí, para chegar ao muro, teriam que passar por vários setores. Como se trata de um presídio de segurança máxima, dificilmente chegariam ao muro”, explicou um policial.

Na delegacia, os presos reclamaram que ficaram praticamente dois dias sem alimentação. Funcionários do presídio alegaram que houve um erro técnico, uma vez que a comida foi para a ala vazia e voltou. “Faltou comunicação sobre a transferência dos detentos para a outra ala”, relatou um funcionário.

Durante toda a noite, o delegado plantonista Vaíte Eugênio de Oliveira ouviu o depoimento de 38 pessoas, incluindo os 35 presos que confirmaram o esquema liderado pelo agente prisional.

Ontem de manhã, o caso foi transferido para o delegado Paulo Alberto Araújo, que deverá apurar a denúncia do esquema de entrega de celulares e entorpecentes aos presos. Ele deverá ouvir mais pessoas durante a semana.






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